02/07/2009

MEU REI DAVI

É... A vida tem dessas coisas... Procriar e perpetuar a espécie. E ainda bem que é espécie de bicho lindo.

Esse aí o Davi, um dos seis filhotes do João que nasceram no dia 04/05.
Ele escolheu a minha irmã Adriana e veio parar aqui em casa para eu relembrar como é ser pai de um cachorro-bebê e fazer compania para o João.

Agora eu tenho um filhote chocolate-tan e um neto cor de mel.

É cocô e xixi pela casa toda. Mas como vale a pena...

TOMEI CORAGEM

Hoje eu decidi voltar a escrever.

Por um longo tempo, do dia do retorno da viagem até agora, pensei que o tal do "El peregrino solo" aqui tivesse terminado a sua jornada, que tudo seria apenas um breve relato de viagem daqueles deliciosos dias.

Pois é... Assumi que não. Eu continuo em busca do cara que aqui . É uma busca constante e incessante. Pensei que estivesse exorcizado todos os meus fantasmas naqueles meses, que eu seria outra pessoa e que estava tudo resolvido. Outra grande bobagem.

Melhorei muito, aprendi muito. Hoje na terapia eu lembrei que escrever me faz querer ser uma pessoa melhor. Aqui eu canalizo as energias que, às vezes, se deslocam para outros nichos não tão produtivos.

Tentei procurar outro nome para o blog e continuar a escrever, como se a minha história já tivesse sido escrita com prefácio e epílogo.
Hoje, num momento de humildade extrema para comigo mesmo, senti que o meu hoje é apenas uma continuação do dia que retornei.

Infelizmente eu não sou outra pessoa e aceitei, com mais tristeza ainda, que o jargão que usei sem medo por tanto tempo e com tanta covicção: "No soy lo mismo " não é de todo verdade.
Eu continuo a ser o mesmo cara inconstante, intrigante intrigado com a vida, um pouco modificado, mas continuo sendo um andarilho solitário.

Lo siento!

17/03/2009

CHEGUEI

Despois de 14 horas de vôo, de classe executiva graças ao bom anjo Val, eis-me, aqui, de volta à terrinha.

Não parece que eu fiquei 79 dias fora. Os meus olhos reconheceram e aceitaram facilmente tudo o que lhes apareceu pela frente. E eu acho isso muito bom.

É sinal que eu não buscava uma mudança no que me rodeava; que o que me incomodava não era a minha visão do externo, do entorno. Eu queria era mesmo reencontrar alguma coisa que estava perdida aqui dentro.

Hoje eu me sinto completamente diferende do dia 28 de dezembro de 2008, quando saí destroçado de BH e parti em busca de mim.

Estou tranqüilo, mais velho, mais conhecedor de mim mesmo e certo que fiz a coisa mais importante da minha vida, aos 40 anos. Precisei chegar a 4 décadas de vida para conseguir perceber a minha fragilidade emocional, procurar me tratar e tentar encontrar a cura para tamanha tristeza.

Acabei de assistir à eliminação da Naiá no Big Brother Brasil 9, que estou vendo hoje pela primeira vez nessa edição. E lá foi o Bial filosofar sobre os 61 anos da derrotada, mas antes ele se apropriou de uma expressão que ele achava ter sido dita por Pablo Picasso: de que a vida começa aos 40.

Pois bem, vou te contar uma novidade, Picasso: eu renasci aos 40.

16/03/2009

79 DIAS, 15 CIDADES, 06 PAÍSES, 03 CONTINENTES...

Acabei de acordar. Já é meio dia e eu aqui parado. Exausto. Só tenho energia para escrever.
Tomei 02 Dorflex e 02 cápsulas de guaraná em pó que estão começando a fezer efeito... hehehe

Estou com saudade da minha cama, das lambidas do João na minha cara, da comida da Vanusa. Estou com saudade da minha casa, imaginando as transformações que vou fazer nela depois de tanta informação nesses quase 80 dias de viagem.

Muitas coisas que sempre me incomodavam na minha casa e não sabia o que era; mas agora eu sei.
Fiquei hospedado em hotéis que tinham toda a iluminação rebatida e será a primeira coisa que eu vou mudar no meu quarto quando chegar.
Quero pintar paredes, tornar os ambientes mais pessoais, fazer as paredes e o teto chegarem mais próximos de mim. Quero aconchego.

O sol brilha lá fora e torna Madri mais linda do que normalmente é; já ouço o barulho dos carros e dos ônibus na Gran Via.

Continuo recebendo mensagens de amigos que descobriram o blog esta semana, quase na reta final. Como é bom ler uma mensagem como a da Ana Paula, que diz ter ficado por 2 horas e 31 minutos viajando comigo. É uma felicidade e tanto para uma pessoa que está longe dos amigos e da família por tanto tempo, tendo como único recurso para matar a saudade ler estas carícias instantâneas que a tecnologia pode oferecer.

Agora vou sair e caminhar um pouco para comprar a minha LOMO, visitar a loja da Cacao Sampaka, que o Tieres disse ser imperdível, comer e volto ao hotel para ir para o aeroporto porque o meu vôo sai às 21:45h.

No dia 28 de dezembro, quando eu saí do Brasil, eu não imaginava quando eu voltaria. Eu não fixei datas, nem locais. Deixei que e a minha cabeça tomasse conta do meu destino e, hoje, revendo a jornada, foram 79 dias, 16 cidades, 06 países e 03 continentes diferentes, já que Istambul tem uma parte na Ásia.

Tenho muita história pra contar. O mais bacana é que agora as histórias estão documentadas aqui para eu relembrar quando a cabeça insistir em não querer lembrar.

Viajar por estas culturas nunca fez parte dos meus planos; eu saí sem roteiro fixo, sem nada...

E , como tudo na minha vida é assim, vou continuar sem planejar, porque tenho certeza que muitas coisas mais que boas virão.



A ROTA

ESPANHA
Barcelona
Valencia
Granada
Sierra Nevada
Sevilla

MARROCOS
Marrakech
Região do Alto Atlas

EGITO
Cairo
Answan
Komombo
Edfur
Luxor

GRÉCIA
Atenas

TURKYA
Istambul

FRANÇA
Paris

ESPANHA
Madrid

15/03/2009

REGALOS PARA A ALMA

Ontem continuei a minha peregrinação em busca de algum presente que que desse um pouco mais de energia. Caminhei pela Gran Via até a Puerta Del Sol a caminho da Lomograph, uma loja de câmeras fotográfica vintage que tá fazendo sucesso entre os fotógrafos mais antenados e entre os normais malucos por novidades.

O Tom já tinha me mostrado a dele, que tem 04 lentes e faz fotos simultâneas, com intervalos de 2 seguntos, mas só fiquei fascinado mesmo quando vi o espaço LOMO no Pompidou em Paris. Fiquei na dúvida e não comprei, mas encontrei duas lojas aqui para minha felicidade. Fui até a Calle Echegaray, mas a loja estava fechada no sábado, só na 2a.
Mas consegui comprar um óculos novo que eu tanto queria e precisava, já que virou rotina eu jogar fora coisa que desmonta pelo caminho.

Almocei numa restaurante típico espanhol e comi o menu de la casa por 10,00E... Inacreditáveis o sabor da comida e o preço para um a entrada, o prato principal e a sobremesa com bebida.

Caminhei mais um pouco até a Estação de Atocha onde eu fiquei perambulando pelas escadas rolantes com a minha câmera na mão roubando as cenas da pessoas que chegavam ou partiam de Madri, coisa que eu tanto eu gosto. Muitos beijos, abraços e muitas foto sem foco ou tremida... Acho que os meus olhos estão cansados também.

Ao lado da estação está o Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía, e não teve como deixar de entrar. Mas entrei só vi as exposições temporárias e revi a emocionante Guernica de Picasso. Foi como na primeira vez. Emocionante.

A exposição Dependecias da Eulalia Valldosera é inacreditável... Arrepiei várias vezes interagindo com as obras ou observando os outros visitantes fazendo o mesmo.
Ela trabalha a interatividade com projeções de imagens ou de sombras, utilizando objetos no nosso cotidiano; ela tem um trabalho consistente, com pesquisa e desenvolvimento das obras expostas, anotações do desenvolvimento dos trabalhos...
Fiz uma viagem pela obra do amaricanos Paul Thek, que eu não conhecia; e virei criança com o fascinante trabalho La Torre do argentino Leandro Erlich.

E o mais bacana: tudo grátis. O Governo espanhol institucionalizou que os museus em Madri no inverno são de graça; pena que em Barcelona não era assim.

Hoje a rotina foi a mesma. Domingo as grandes lojas não abrem, então as ruas ficam mais tranqüilas e mais fácil de caminhar.

Almocei num restaurante de comida asiática do guia Wallpaper, o Wagaboo ( wagaboo.com) e comi uma das comidas mais saborosas de toda a viagem até agora por 20,00E.
Eu fechava os olhos e fazia como no Kaiku em Barcelona, com a comida do chefe Hugo.

Saí feliz e satisfeitíssimo do Wagaboo ( o nome, a indetidade visual, o site e a arquitetura do lugar são bem bacanas! ) e fiquei em frente o Museo Del Prado fotografando os turistas bacanérrimos que passavam ou tomavam sol nos gramados e os que se matavam nas intermináveis filas para entrar no museu.
Esperei todos entrarem e, depois das 7h da noite, e fui ver a exposição com a coletânea das pinturas do Francis Bacon, já que o museu fecha às 8:30h.
Tá vendo, Atenas???? Isso é que é horário para turista!!!!!

Ontem e hoje procurei presentes materias que me tornassem menos cansado ou pudessem energizar o meu corpo dolorido, como se isso fosse possível...

Mas o que eu ganhei foram regalos para a alma, depois de tanta coisa nova que eu vi e senti.

PACIÊNCIA

Lenine é um dos grandes poetas dos últimos tempos. Ele consegue juntar poesia e melodia de uma forma emocionante; e algumas músicas me fazem chorar só de pensar nelas.

Ele fala de coisas cotidianas com uma síntese e uma musicalidade como há muito tempo eu não via e ouvia. Ele passou a ser, também, um dos meus companheiros na viagem.

Ele me ajudou a ver, nesses dias de intensa solidão, o que eu precisava buscar dentro de mim para encontrar a minha paz: um pouco mais de paciência.

“ Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
A vida não pára...

Enquanto o tempo
Acelera e pede pressa
Eu me recuso faço hora
Vou na valsa
A vida é tão rara...

Enquanto todo mundo
Espera a cura do mal
E a loucura finge
Que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência...

O mundo vai girando
Cada vez mais veloz
A gente espera do mundo
E o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência...

Será que é tempo
Que lhe falta prá perceber?
Será que temos esse tempo
Prá perder?
E quem quer saber?
A vida é tão rara
Tão rara...

Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Mesmo quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não pára
A vida não pára não...

Será que é tempo
Que lhe falta prá perceber?
Será que temos esse tempo
Prá perder?
E quem quer saber?
A vida é tão rara
Tão rara...

Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não pára
A vida não pára não...

A vida não pára!...
A vida é tão rara!... “


Poderoso Lenine.

14/03/2009

DIA DO NADA

É muito bom estar num país onde você se faz entender e tudo lhe parece familiar.

Rever Madri depois de tanto tempo foi muito bom. Resolvi ficar no Chueca, na mesma região que eu fiquei hospedado há 15 anos atrás porque as lembranças são muito boas. Optei pelo Hotel Via 66, da rede Vincci ( vinccihoteles.com), que fica na Gran Via, principal artéria de Madri, que tinha um design à altura do meu cansaço, caso eu resolvesse ficar trancado no quarto dormindo.

Caminhar pela Gran Via à noite foi como se eu estivesse parado no tempo. Nada por aqui mudou: os mesmos prédios, as mesmas prostitutas e a mesma atmosfera. Nela a vida acontece, é onde os jovens borrachos madrilenhos e do mundo todo caminham de um lado para o outro buscando diversão nas ruelas que iniciam ou passam por ela.

Aqui na Espanha é realmente diferente. A começar pelo clima. Cheguei com 23 graus às 9:30h da noite e, por aí, dá para imaginar o dia. Muito diferente dos 8 graus de Paris, Atenas e Istamnbul.

Quando cheguei ao hotel, depois da confusão da perda do vôo em Paris, eles resolveram não cobrar o dia em que eu não apareci, o que seria de praxe pelo noshow; e ainda me deram um upgrade: uma suíte com banheira, no décimo andar, com uma varanda de onde eu vejo a cidade acontecer. Linda!

Ontem eu acordei quando o meu corpo pediu: às 11h da manhã.
Abri a porta da varanda de de 20m2 com deck de madeira e mesinha com cadeiras modernas para tomar sol. Peguei todas as roupas que eu não agüento mais ver e as coloquei para tomar um banho de sol aos 32 graus... E fiquei aqui, quarando, junto com as roupas até ter vontade de sair.

Resolvi tirar o dia para não fazer nada porque a exaustão chegou ao limite. Eu sinto o corpo cansado, dolorido, mas a cabeça nunca esteve tão serena e tão leve. Acho que, agora, chegou mesmo a hora de voltar.

À 1h da tarde vesti as roupas imundas, o tênis imundo com a meia imunda e resolvi cuidar de mim. Acho que foi a primeira vez que eu saí sem a mochila ou com a câmera fotográfica nas mãos. Cansei.
E, se alguma coisa de bacana acontecer, ficará guardada na memória, porque o corpo não está pra peso, pensei.

Saí com a vontade de jogar todas as minha roupas fora... Não agüento mais! E, por mais que as lave, são dois meses e meio usando as mesmas quase todos os dias. E, a maioria, preta! Num sol de 32 graus?

Sentei numa mesa na calçada de um bar de tapas na Gran Via, ao lado do hotel, e via os carros e as belas pessoas passarem. Pedi uma cerveja, uma salada de tomates, atum e azeitonas, e montadito de jamón ibérico, para matar a saudade da Espanha.

Comi feliz da vida e saí em busca de presentes que pudessem alegrar o meu dia.

Mas senti que as minhas pernas não suportam mais o peso do meu corpo. Caminhei, meio que arrastado, pelas ruas de Chueca e vi que aqui as coisas mudaram e muito. Muitas lojas de marca, gente moderna e aficionados fashion madrilenhos a rodo.

Entrei na Diesel para experimentar uma calça e percebi que a bendita que, normalmente, eu uso 31-31 já não me cabia mais. Fiquei puto e saí querendo ir para uma mesa de cirurgia fazer uma lipo rápida. Deixei de lado a idéia da roupa, para não haver mais desgate entre mim e a minha silhueta.

Fui pelos becos e ruas procurando coisa diferentes, e como tem... Os casarios antigos se transformaram em lojas, restaurantes, bares ultra modernos em arquitetura, design e galerias de arte que me fizeram lembrar Nova York.

Encontrei pelo caminho a Blanca Galeria Berlin ( blancagaleriaberlin.com ), uma galeria de arte que representa trabalhos de fotógrafos do mundo todo, inclusive brasileiros. Fiquei lá por uma hora e saí para não deixar as jóias da família com a simpática moça que me atendeu.

Nenhum museu, nenhum ponto turístico, nehum obelisco, nehuma foto.

Ontem foi o dia do NADA!

RICHARD ROGERS E PENELOPE

A viagem foi bem tranqüila. A vontade de ficar em Paris era grande, mas a de voltar a Madri era imensa.

E, para variar, mais um acontecimento estelar. Depois de ficar extasido com a arquitetura do aeroporto de Barajas, obra de Richard Rogers, saio com as minhas pesadas malas nas mãos em direção à saída e vejo muitos fotógrafos e cinegrafistas na porta da sala de desembarque e pensei comigo: será que isso tudo é por causa do meu aniversário ontem? hehehehhe

Será que El Peregrino Solo já virou uma celebridade em Madri?kkkkkkkkk

Antes de pegar a reta que leva à porta de saída, vi um policial abraçado à moça morena muito bonita, maquiada, de corpo bacana e um senhor fotografando os dois; mais uma daquelas meninas que gostam de tirar fotos com policiais ou marinheiros; elas normalmente têm um fetiche por fardas, imaginei.
Achei engraçado que o senhor entregou a câmera para o policial, ao invés de entregá-la para a moça, já que era ela que tinha pedido a foto.
A moça deixou o rapaz, o rapaz agradeceu, ela saiu ao meu lado e os flashs das câmeras não pararam por uns dez metros.

Olhei para o lado e vi que a moça, Javier, também me parecia familiar.. hehehhee

Olhei de novo e vi que era Penelope Cruz, atriz espanhola premiada com o Oscar deste ano como melhor atriz coadjuvante por Vick Cristina Barcelona, filme que me fez escolher Barcelona como meu porto seguro nesta viagem.

Infelizmente eu já tinha guardado a minha câmera depois de ter fotografado a poderosa obra arquitetônica de Richard Rogers, enquanto esperava por mais de quarenta minutos as malas aparecerem na esteira.

Penelope passou e eu não a fotografei. Mas eu estava tão cansado que falei pra mim mesmo: calma, Aloizio, daqui a pouco vem a Scarlett Johansson.

12/03/2009

EXCESSOS

Eu tenho que aprender a eliminar os excessos; tenho que me desprender das coisas com mais facilidade, sem dor.

Eu me apego a coisas que nunca me farão falta e que só ocupam lugar na minha gaveta, na minha mala, na mochila e até no bolso. Eu me apego àquele papelzinho da entrada do museu que eu visitei há dois meses atrás, ao canhoto do cartão de embarque de Madri para Barcelona, isso há quase três meses.

Para quê essa bobeira? Eu nunca vou ver isso de novo e muito menos fazer um mural com as entradas dos museus, palácios, templos e das dezenas de locais que eu visitei até agora.
Tem coisa mais jeca que isso?

Então, rapaz, seja prático. Tome tenência e vergonha na cara! hehehe

Acabei de pagar mais 100,00E de excesso de bagagem de Paris para Madri; de Istambul para paris já foram outros 45,00E.
Excesso... Excesso... sempre tem alguma coisa sobrando e eu gastando mais. Na vinda para o aeroporto eu peguei um táxi com direção à Gare du Nord, onde eu pegaria o trem que me traria ao aeroporto.

Pois é... Traria. É inacreditável, mas o danado do motorista me convenceu que se eu viesse com ele direto eu ficaria mais tranqüilo, já que a minha mala já está com os seus 36kg, fora a mochila de costas que está pesando 12kg com o equipamento de fotografia e o macbook. Tô morto de cansaço! Paguei 40,00E e cheguei em 30min. E ainda vim dormindo no banco de trás.
Eu resolvi gastar um pouco a mais de medo. Medo de que a mala resolva se rebelar contra mim e me deixe sem saber o que fazer em plena estação de trem, como as outras já fizeram. Chega de confusão!

Como eu posso juntar tanta buginganga? Eu jurei para mim mesmo que eu não levaria presentinho nenhum para ninguém. Eu sou compulsivo...
Penso no que a pessoa vai gostar, na lembrancinha específica que combine com a áurea de tal pessoa. Chega! Parei! Cansei!

Mas não tem jeito... Como D. Lourdinha vai falar para amigas que o seu filhinho visitou a Espanha, Marrocos, Egito, Turkya, França e não levou nada pra ela? Não sou um filho tão desnaturado assim...
E vou me transformando nesta mula de carga, neste comboio de cacareco.

E por falar em excesso, já vou agendar daqui amanhã o meu retorno ao endocrilologista porque os 4kg que eu deixei no Brasil estão de volta com alguns a mais. E nem me interessei em saber quantos.

Um mês antes da viagem fiz a consulta e o doutor me receitou dois redutores de apetite e uma lista enorme daquilo que eu não poderia colocar na boca. Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk...
Tudo o que ele escreveu que eu não poderia comer foi o que eu devorei: pão, carne, batata, azeite... A única coisa que me salvou é que eu sou maluco por salada; como plantinhas em todas as refeições, mas o difícil é que eu não consigo viver só com elas. Depois vem a carne, a paellla, a batata frita, o tagine, a patisserie...

Como posso fazer dieta nesta viagem sem destino fixo? Eu não tenho como levar a tabela de calorias para cada restaurante, doutor... E ainda comer de 3 em 3 horas? Nem em pensamento!
Então, pegue leve...

Aqui no aeroporto deu vontade de ir direto para o Brasil; parar no aeroporto Barajas em Madri e pegar o vôo direto da TAM de volta. Mas não vou fazer isso não. Eu sempre tenho vontade de voltar quando o cansaço bate forte, como hoje.

Calma , que a vontade vai passar e vai ser lindo em Madri.

11/03/2009














BONJOUR MONSIEUR, FOIE GRAS, CAROL E JEREMIE

Hoje São Pedro também me deu um presente: fez um dia lindo e Paris ficou ainda mais iluminada. Céu azul, franceses elegantíssimos pelas ruas e uma certeza: eu não quero sair daqui...kkkkkkk. Mas na semana que vem eu chego aí.

Hoje deu para sentir o que Danuza Leão conta nos seus livros quando vem a Paris. Simplesmente indescritível a sensação. Eu não senti o mesmo quando vim a quinze anos atrás pela primeira vez.

Depois de ficar horas resolvendo problemas de trabalho com a Suelen, teclando e recebendo o carinho dos amigos do Brasil pelo MSN e pelo Orkut, saí para comer alguma coisa e ver a vida passar, literalmente.

Sentei na varanda de um café na Rue des Archives com Rivoli, pedi um salada e uma lasanha e me pus a analisar os franceses que passavam. Passaram alguns poucos turistas, mas dá para identificar de longe um parisiense, seja pela elegância, pela altivez ( adora esta palavra ) ou pelo simples modo de se vestir. Eles podem esnobar o mundo porque eles sã chiques mesmo!!!!!! E ainda falam essa língua que entra nos ouvidos como uma canção de ninar. É uma Carla Bruni cantando...

Sem falar na edução. Não teve um loja sequer que eu entrasse que um ou todos os verdedores viessem dar o bonjou, monsieur! Eu entrei numa loja de departamentos em frente ao hotel, a BHV, fui passenado pelos seus 4 andares e TO-DOS os funcionérios que passavam por mim me davam o bonjour.
Será que eles sabem que hoje é o meu aniversário e vieram me cumprimentar? kkkkkkk... brincadeira.

É de deixar qualquer um com vontade de voltar pra Socila.

Depois de comer fui caminhar conhecer um pouco mais o Marais e fiquei impressionado como tem loja bacana "de-tudo-quanto-há". Entrei em umas cinco lojas de óculos tentando comprar um novo, porque o antigo foi parar na lata de lixo de tão detonado que o coitado estava. Nada me encantou a ponto de gastar meus suados euros.

Mas parei em frente a uma loja que só vende foie gras e enlouqueci. Entrei, recebi mais um bonjour, monsieur!, respondi e fiz uma inquete ao vendedor. Porque até agora nenhum francês parou para me explicar como é feita a bendita iguaria da culinária francesa do fígado de pato que está deixando as organizações de defesa dos animais de cabelo em pé...kkkkkkkkk. Tive um workshop rápido com um rapaz educadíssimo, comprei algums potinhos para comer em ocasiões especiais no Brasil e saí feliz com a minha sacolina vermelha. Sem peso na consciência!

À noite fui encontrar a Carol e o Jeremie ( o namorado francês mais que bacana ) para comemorar o niver. Ganhei um presente lindo da Carol e da Laís: um livro só de cachorros - Chiens - e todo escrito em francês, para eu começar a me inteirar do meu novo desafio: aprender francês. Lindo!

Fomos a um resturante delicioso com um aquecedor elétrico que lembrava a praia de Ipanema num verão de 45 graus, perto de onde ela mora: a coitadinha vive ao lado da Torre Eiffel... heehhee.

Bebemos duas guarrafas de champanhe, tiramos fotos, batemos muito papo, comemos e fomos passear perto da torre iluminada para levar de lembrança aquela imagem linda de Paris. Esses dois são simplesmente o máximo! Obrigado pelo carinho, Carol e Jeremie!!!!!

SEM DESIGN

Hoje o dia foi intenso. Comecei a receber mensagens pelo msn a partir das 5h da manhã e elas continuam até agora, já que aqui é 1h da manhã e 11h da noite no Brasil.

O mais engraçado é que isso nunca tinha acontecido comigo com tanta intensidade. Sempre a gente espera o telefonema, um abraço do amigo mais próximo, um email de um cliente e, agora com a tecnologia da informação, mensagens instantâneas de pessoas inimagináveis pelo orkut e outras tantas páginas de relacionamento. Mas foi gente demais mandando mensagem e eu fiquei mais que feliz com isso.

A verdade é que eu sempre me achei um cara desinteressante, com papo vazio e sem ritmo, uma cara banal. E fazia do meu trabalho algo que me fizesse ser percebido.

Com esse blog eu vejo que tem pessoas que param para ler o que eu escrevo e ver as imagens que me emocionam na minha caminhada. Querem saber do novo capítulo da história, como já me escreveram o Tom, a Su, o Tieres, a Dani, a Hana, o Neco, o Quinho, o Darlan, o Irineu, a Gláucia, o André, a Raquel, a Suzana, a Flavinha ( futura mamãe), a Laís, a Carol, a Fernanda e outros tantos amigos que eu fiz de longe nesta viagem.
E podem estar certos que eu tenho um respeito imenso por vocês que perdem o seu tempo para saber como eu ocupo o meu.

Pela primeira vez eu sinto que estou fazendo alguma coisa para mim que reflete no outro sem objetivo do encantamento direcionado para a venda. É uma relação real e intensa entre as minhas palavras e quem está lendo. E só.

Eu não procuro palavras que possam encantar o outro; elas têm que contar verdadeiramente a minha história ou me emocionar imensamente de alguma forma. Isso tudo aqui é apenas para guardar escrito o que a minha cabeça de cabelos brancos já não consegue lembrar.

Como eu já escrevi antes, eu fiz este blog para que eu pudesse lembrar das coisas, das pessoas e dos lugares por onde passei, mas está sendo para mim muito mais que um simples relato de viagem. São novas histórias que eu estou contando tendo como base a minha velha história.

É uma imensa colcha de croché que eu vou tecendo com a ajuda de quem me acompanha ou entra no meu caminho, seja para dar uma ajuda lá no Egito ou me encher de carinho no dia do meu aniversário, como fizeram a Carol e o Jeremie aqui em Paris.

Escrevendo eu posso me desprender dos vícios e dos cacoetes em tentar formatar uma imagem minha que nem sempre é real, e ser eu mesmo. Quem escreve aqui é o Aloizio, o menino de origem simples, o cara bacana, trabalhador, que veio lá de Itabira e tem o maior orgulho disso; filho de Luiz Meireles do armazém e da Lourdinha da lojinha do Alto Pereira, irmão do Caco e da Adriana, deslumbrado com o novo, de peito aberto, sem design.

POIS É... 41 ANOS EM PARIS

Ontem eu perdi o vôo pela primeira vez na viagem até agora, depois de 74 dias.
Calculei mal o tempo de saída do hotel até o aeroporto de Beauvais que fica a 70km de Paris.
E dancei. E feio.

Tive que pagar 100,00 euros só para o táxi me levar até aquele fim de mundo, o que não adiantou de nada. Porque o ônibus que vai até o aeroporto ( que custa 13,00 euros... óoooooodio! ) demoraria mais de 2 horas para chegar lá, já que eu cheguei às 4:30h no hotel para pegar o vôo das 19:10h. O horário que eu cheguei no hotel era o que eu deveria estar no aeroporto. Cálculo de tempo completamente errado, ou melhor, tudo errado.

Fui querendo me matar de ódio por não ter saído mais cedo querendo que o táxi fosse um daqueles carros de desenho animado que sai voando quando o trânsito está parado.
Cheguei 20 minutos depois de encerrado o embarque para Madrid.

E, ainda, desesperado, quase deixo o meu macbook no guichê de ônibus que faz a volta a Paris. Quando me dei falta dele vi um rapaz do guichê correndo com uma coisa prata nas mãos e vi que era o meu companehiro de viagem. Agradeci imensamente.

Voltei arrasado. Vim no ônibus me achando mais uma vez incompetente e inconseqüente por ter ficado tanto tempo no Musée de Arts Decoratifs me encantando com bibelôs do séc XVII, com poltronas e salas de jatares inteiras Luís XIV, cadeiras de Ron Arad, a Vermelha dos Irmãos Campana e outras amanidaes do design mundial. E ainda achei que dava tempo de comer um macarrão com lombo fantástico num restaurante chinês. E comi.

Fui tranqüilo, como se não tivesse nada de importante para fazer. E perdi o raio do vôo.

No retorno a Paris ( por ódio de mim mesmo, ou amor, sei lá... ) resolvi mudar a minha rota. Eu iria voltar para o mesmo hotel de 5a que eu estava com o Carlos que tinha uma diária bacana.

Pensei comigo: Passar o meu aniversário de 41 anos naquele quarto horroroso?
Peguei o guia Wallpaper e me lembrei de um hotel que tinha a diária mais em conta deles e que é lindo ( villamazarin.com ). Vim, negociei a diária e estou tendo o meu dia de rei.

Resolvi ficar hospedado aqui no Marais mesmo na Rue des Archives com Rivoli, ao lado do Pompidou; e ainda vejo pelas duas sacadas a Praça do Hôtel de Ville. Precisa mais? hehehhe

E ainda para completar, já estava marcando o meu vôo para hoje à noite porque queria de qualquer jeito passar o aniversário sozinho em Madrid, não sei por quê...

Resolvi mudar mais uma vez.

Teclando com a deliciosa Laís, a mãe que perece irmã da Carol que fez ainversário ateontem, me deu um clique. Depois de teclar com ela eu liguei para a Carol contando que tinha perdido o vôo. Desliguei o telefoone e dois minutos depois liguei de novo perguntando o que ela faria hoje a noite. Resolvi, então ficar aqui para passar com ela em Paris.

Foi um momento de luz.

E ainda resolvi ficar mais uma noite e só vou para Madrid amanhã, dia 12/03, aniversário da minha querida amiga-irmã,Thê.

Em momento algum eu pensei em passar o meu aniversário aqui, mas acho que a perda do vôo foi algo inconsciente ( inconsciência que me fez peder, no mínimo, uns 150,oo euros, cacete... Mas isso é melhor nem computar... ).

Paris, esta cidade monocromática e iluminada tem um inexplicável encantamento. Acho que talve seja esse charme das ruas com seus prédios cinzas, essa altivez das pessoas que nasceram nela e das pessoas de fora que ela adotou.

09/03/2009


MANEIRA DE AMAR

"O jardineiro conversava com as flores, e elas se habituaram ao diálogo.

Passava manhãs contando coisas a uma cravina ou escutando o que lhe confiava um gerânio.
O girassol não ia muito com sua cara, ou porque não fosse homem bonito, ou porque os girassóis são orgulhosos de natureza. Em vão o jardineiro tentava captar-lhe as graças, pois o girassol chegava a voltar-se contra a luz para não ver o rosto que lhe sorria.
Era uma situação bastante embaraçosa, que as outras flores não comentavam.

Nunca, entretanto, o jardineiro deixou de regar o pé de girassol e de renovar-lhe a terra, na ocasião devida.

O dono do jardim achou que seu empregado perdia muito tempo parado diante dos canteiros, aparentemente não fazendo coisa alguma. E mandou-o embora, depois de assinar a carteira de trabalho.

Depois que o jardineiro saiu, as flores ficaram tristes e censuravam-se porque não tinham induzido o girassol a mudar de atitude. A mais triste de todas era o girassol, que não se conformava com a ausência do homem.

“Você o tratava mal, agora está arrependido.” “Não”, respondeu, “estou triste porque agora não posso tratá-lo mal.

É a minha maneira de amar, ele sabia disso, e gostava.”


Carlos Drummond de Andrade

CARLOS DE VOLTA AO BRASIL, VOLTOU A SOLIDÃO


Hoje o dia amanheceu chuvoso e foi clareando até chegar num azul claro.

Marcamos de encontrar a Carol às 12:30h na estação de Metrô do Louvre, onde iríamos conhecer e visitar o Museu de Artes Decotativas, que estava fechado.

Na saída do nosso hotel de 5a caminhamos pelo roteirinho que o Tom passou: Rue dos Archives com suas livrarias e lojas de antiquários de sair correndo para não levar de tudo muito.

Com a compania da Carol fomos fazer o roteirinho fashion que independe da abertura de museus: Rue de de Saint Honoré com as suas lojas de primeira grandeza: Galiano, Prada, Colete e outros locais fashions que fomos encontrando pelo caminho até parar para almoçar em mais um bistrô que servia muita comida.

O engraçado é que em Paris tudo parece monumento. Dá vontade de sair fotografando tudo e todo mundo.

O Carlos saiu mais cedo para o hotel para voltar ao Brasil ainda hoje. Amanhã volto à minha solidão.

Ele ficou nervoso comigo algumas vezes pela minha impaciência com ele. Ontem ele me disse algumas palavras bacanas e eu o ouvi calado. Ele falou que eu aprendi a ser auto-suficiente nestes quase três meses de viagem, quando eu não dependi de ninguém, ou melhor, só dependi de mim mesmo. Ele disse para eu tentar ficar mais paciente para eu poder viver melhor, ou senão eu não vou agüentar conviver com mais ninguém. Ele tem razão. A minha viagem provou que eu posso depender só de mim; e isso não é bom nem aqui, nem no Cairo, nem em Marrakesh.

Mais uma vez, o sábio Carlos!

Hoje, quando eu voltava para o hotel e percebi que eu estaria sozinho novamente e sem a compania dele.
Eu me senti triste e desamparado e lembrei de um artigo do Carlos Drummond de Andrade que resume o meu sentimento por ele.




PARIS, MON AMOUR!

Ontem foi dia de turista total: subida até o terceiro etage da Torre Eiffel, passeio pelas margens do Rio Sena, visita ao Musée du quai Branly, que exibe a arte da África, Ásia, Oceania e Américas, ou o que poderíamos chamar no Grammy de World Music...kkkkkkkk, ou Folk Art, sei lá... Era um museu de tudo quanto era lugar, menos os poderosos europeus.
Mas arquitetura do museu é de deixar qualquer ser humano boquiaberto ( quaibranly.fr ).

Matei um desejo do Carlos de subir até o último etage da Torre Eiffel, mas quem se divertiu mais e não teve vontade de descer fui eu. Fiz muitas fotos do movimento de subida e descida dos elevadores, dos telhados brancos, do Rio Sena, do céu azul e de pessoas maravilhosas que passavam alucinadas na minha frente e quase fiz um book do Carlos... Fiz foto dele a perder de vista e ele está se achando o máximo. Ele olha parara as fotos e diz: eu me comeria....kkkkkkkk

Caminhamos mais um pouco, pegamos o metrô em direção ao Hotel, mas decidimos ir passear na Champs Elisée com uma chuva fininha caindo para ver as lojas poderosas à noite. Paramos para comer num bistrô delicioso, deixamos lá as jóias da família e fomos dormir de barriga mais que cheia... E ainda dizem que o franceses comem pouco... Mentira!!!!





PARIS E CAROL

Eu vim para Paris encontrar a Carol, ex-funcionária e grande amiga. E ainda cheguei no dia 06/03, no dia do seu aniversário. Fiz uma força danada para sair de Istambul nesta data para encontrá-la e foi uma felicidade. Eu e o Carlos viemos em vôos diferentes e a chegada foi uma aventura pelo tanto de trem e táxi que tive que pegar para chegar ao bendito Marais.

Saímos e fomos encontrar a Carol num bar e foi uma festa - literalmente, com direito a bolo e parabéns-pra-você em francês. A felicidade de reeencontrar uma pessa querida que eu não via há tanto tempo é muito bom. Conhecer os seus amigos daqui - alguns brasileiros e outros do mundo inteiro, o namorado, e conversar com essas pessoas que vivem no primeiro mundo e reclamam da crise que afeta a França, como em qualquer país do mundo.

Aparte 2: Acabei deixando a minha mala destroçada bacana em Atenas, onde eu comprei uma daquelas de 50,00 euros para quebrar o galho até o final da viagem. Mas a vaca foi se despedaçando pelo caminho também. Quando cheguei no aeroporto de Istambul, a estrutura metálica, outra vez, saiu na minha mão. E, quando estava fazendo o trânsito do aeroporto para a Gare du Nord em Paris, os rodízios ficaram na entrada do elevador.
E lá fui eu arrastando aquele monstro chinês pela estação até encontrar uma loja - de chinesas - onde eu pude comprar uma outra mala melhorzinha.

Eu não quis fazer o roteiro"fashion" nesta viagem. Eu vim com roteiros Wallpaper de Berlin, Londres e fui descartando estas cidaades pelo caminho. Acho que elas me lembravam demais o meu trabalho e, por isso, resolvi fazer o roteiro norte da África e a Turquia. Lugares onde eu não fazia idéia de como seriam e onde eu tive as grandes surpresas até agora.

Eu vim para ficar dois dias em Paris; era só mesmo para dar um beijo na Carol e tchau.

Mas não teve como... Paris pede mais e eu também quero mais. Vou ficar mais dois dias, depois de ter passado uma tarde no Pompidou vendo as fantásticas montagens da exposição do Ron Arad e do artista plástico mexicano Damián Ortega e de fazer um tour pelas exposições permanentes.

Saio daqui nos dia 10/03, um dia antes do meu aniversário de 41 anos, que eu quero passar em Madrid, a cidade que eu tanto adoro.





08/03/2009

ISTAMBUL TEM DESSAS COISAS E EU, OUTRAS COISAS MAIS

A compania do Carlos tem me feito muito bem. Ter com quem comentar o que se vê, às vezes é muito bom. Digo às vezes, porque se a compania não for muito boa, melhor viajar só. Mas mesmo quando ela é muito boa, às vezes é um saco...kkkkkkkkkkkk

Olhando outros hotéis ao redor do Seven Hills, vi que todos ofereciam as mesmas coisas e tinham a metade da diária, ou menos. Aí fiquei nervoso, já que eu o tinha reservado por 03 noites pelo booking.com, aliás, uma forma excelente de reservar hotéis pela internet.
Tentei negociar, mas não teve jeito; ficamos apenas 02 noite e nos mudamos para o Hotel Laturka, duas ruas abaixo e menos da metada da diária. A rede wireless era meia boca, mas nos lembrávamos da economia e ficávamos calados.

Sempre no café da manhã nós analisávamos os nossos guias, o meu o Guia Wallpaper de Istambul, o Carlos com seu que o amigo de Brasil tinha emprestado e as dicas do roteiro do Ugur.

Foi um sorte eu ter optado em ficar hospedado no centro histórico. Era extremamente charmoso e nos fazia sentir dentro de um livro de história. Mas tivemos um cicerone de primeira. O Ugur foi uma compania que nos fez conhecer algumas cosias diferentes que não estão nos guias.

O Museu Rainha Sofia é bacana, mas nada excepcional. Alguns murais feitos de mosaicos, mas a arquitetura externa e interna é linda.

A Mesquita Azul é de encher os olhos e tranqüilizar o coração. Com os pés descalços e os sapatos nas mãos, nos colocamos frente ao altar posicionado em direção à Meca; num espaço imenso, um guarda-corpo de madeira separa os mulçumanos dos restos dos mortais. E foi assim que eu me senti. A paz dentro de uma mesquita é tão grande que assistir à adoração de Alá me fez sentir pequeno. É uma devoção emocionante.

Os tapetes vermelhos com motivos florais, as luminárias com diâmetros imensos a 2,50m do piso, num pé-direito de aproximadamente 40.0m, me reduzia ainda mais de escala.
Aqui as mesquitas podem ser visitadas por turistas, ao contrário de Marrakech. O Carlos, por alguns momentos lá dentro, quis se ser um mulçumano, tamanha a paz que ele sentiu.

Caminhamos feitos uns loucos atravessando a 2a ponte, onde deu para eu fazer algumas fotos bacanas dos pescadores que ocupam toda a sua extensão durante todo o dia.
O nosso objetivo era chegar no Istambul Modern, um museu de arte contemporânea, acho que o único da Turquia, onde pudemos ver as arte moderna e contemporânea turca num espaço de arquitetura e vista fantásticas. Depois de visitar os dois andares do museu compramos alguns presentes na lojinha design e almoçamos no restaurante com uma vista impressionante do Golfo do Bósforo.

No caminho de volta visitamos a Mesquita Pequena, por indicação do Ugur, que está localizada ao lado do Mercado Egípcio de Especiarias, que possui um trabalho de azulejaria e mosaicos de primeira grandeza, apesar de ser bem menor em tamanho.

À noite fomos jantar num restaurante super bacana que tinha uma vista fantástica da cidade de Istambul.
O café foi no TheHouse, um restaurante design que tem a mesma indentidade de design para todos os espaços com liminárias do Castiglione e Ingo Maurer e mesas de madeira natural.

Acordamos no últimos dia sem monumentos a serem vistos, graças a Deus! Porque realmente eu já estou de saco cheio!!!!! Não agüento ter mais a obrigação de ver ou visitar qualquer coisa que seja. Tô com saudade de Barcelona quando eu não tinha obrigação de fazer nada. E vivia a cidade e só.

Mas estou começando a pensar na volta. Daqui eu vou para Paris que será o meu último destino antes de chegar a Madrid, onde pego meu vôo de volta para SP.

Mas eu não estou com vontade de voltar, na boa. Tomar tenência da realidade nesse momento é muito ruim.

06/03/2009

SULTÕES E HAMANS

Normalmente os museus ficam fechados nas segundas-feiras em quase todo o mundo e tivemos que planejar o nosso passeio pelos locais que fugiam à regra, como o pelo Palácio ...., onde fizemos uma viagem no tempo e conhecemos a vida dos sultões e o seu palácio: os jardins, sua moradia, roupas, jóias e tronos. Uma verdadeira aula de histórioa sobre o período de dominação otomana na Turquia.

Depois fomos visitar a Cisterna, ue parece mais um local para de fazer um evento ou uma festa rave. Que fantástica obra arquitetônica! Descemos ao subsolo de Istambul para conhecer o depósito de água para os períodos difíceis de seca há 500 anos atrás. São mais de trezentos pilares de nove metros de altura sustentanto.....

O Haman, ou o famoso banho turco, era uma coisa que eu queria experimentar desde Granada, quando eu vi uma placa de um deles quando eu caminhava pelas ruelas da cidade.
Mas era um fetiche também. Eu não imaginava como seria o banho público utilizado por esse povo de primeira grandeza.

É uma diversão!

Eu e o Carlos chegamos e fomos encaminhados por gestos dos homens de cara fechada a subei uma escada e depositar as nossas ropupas eu um quartinho com duas macas revestidas co toalhas. Recebemos na entrada o nosso pano para amarrar à cntura e a bucha de tecido para esfoliação. Nós não tímnhamos idéia do que aconteceria depois de descer as escadas e entrar na área da sauna.
Descemos de chinelo e com o nosso pano amarrado e passamos pela recepção, onde havia homens, mulheres e crianças que já tinham tomado o seu banho ou esperando quem ainda estava lá dentro. Meio sem entender, seguimos os gestos para onde nos mandavam ir.

Chegamos a uma ára com havia uns 5 homens de bigode, meio barrigudos que seriam os que nos dariam os banhos - mas ainha não sabíamos disso...kkkkkkkkkkk

Entregamos cada um a sua ficha e entramos para a área da sauna. Imagineis que fosse uma área esfumaçada e turva, como as saunas normais. Que nada... Vimos uma área circular central clara e muito quente com alguns homens deitados e outros sendo massageados com as buchas pelos tais homens de bigode. Eles recebiam cada tapa nas costase alguns gemiam d edor com o estalar da coluna depois do banho.

Antes nos sentarmos ao lado e de uma pia de mármore que tinha um torneira de água gelada e outra de água quente. Com pequenas bacias de prata já amassadas e ercuras, pegávamos esta água que se depositava na pia e nos molhávamos à espera do nosso banho, que era por ordem de chegada.

O bacana é que esse ritual, apesar de ter muitos turistas como nós, continua sendo uma constante na vida dos turcos. Encontramos famílias inteiras, turma de amigos, pais e filhos batendo papo e relaxando no haman.

Ficamos por uma hora mais depois da massagem observando as pessoas e a diversão que é o ritual; fomos para o qurto para nos trocar, deitamos um pouco nas macas depois dos corpos relaxados para conversar, compramos algumas lembranças e fomos para o hotel. Dormi, com certeza, uma das melhores noites de toda a viagem.

03/03/2009

ISTAMBUL, O DESLUMBRAMENTO

Cheguei em Istambul pensando que encontraria algo parecido com Marrakech: táxis caindo aos pedaços, motoristas que só falam árabe, pessoas enlouquecidas entre os carros e estradas de terra.

Aqui é de cair o queixo. É tanta história da era otomana junto com modernidade que eu parecia uma criança num parque de diversões.
Ainda em Atenas, fiquei na dúvida se ficaria hospedado num hotel na área moderma ou no centro histórico; mas optei pela 2a opção. Vi um hotel que do seu terraço daria para ver a Mesquita Azul e o Museu de Santa Sofia e me encantei com a possobilidade de fazer fotos bacanas ( hotelsevenhills.com ).

Aqui a minha viagem começou a tomar outro rumo. Aqui eu me encontrei com o Carlos que veio de Paris e foi uma felicidade! Eu não falava português desde Marrakech e encontrá-lo foi como ter comigo de volta um pouco da minha história, da minha língua e do afeto de quem eu tanto gosto.
Ele me esperava no hotel com o Ugur ( pronuncia-se Ur ), um turco amigo de um amigo dele de Ribeirão Preto. Como é bom ter uma pessoa conhecida numa terra tão linda e diferente.

O Ugur é um cara especial e tem nos levado a locais inimagináveis que não estão nos guias. Ele é fascinado com o Brasil, apesas de ainda nã conhecer a nossa terrinha. Ainda no sábado à noite, assim que eu cheguei saímos para comer num restaurante turco, com o Carlos torcendo o nariz porque não come tomate, cebola, pimentão e não gosta de nada condimentado. Acho, então, que ele deveria ter ficado em Paris...kkkkkkkkkkkk

Quando eu chego num país diferente, a primeira coisa que eu faço é experimentar a sua comidam porque eu acho que ali está a verdadeira essência de cada povo.

Comi feito um louco tudo o que eu vi de diferente pela frente: carnes, saladas, arroz; e ele com o seu franco com purê de batata.

Depois ele fez um tour rápido pelo centro moderno e passeamos pela Rua Istiklal, uma rua fechada para carros com seu prédios construídos no final do séc XIX e início do séc. XX que hoje se tranformaram em restaurantes, lojas e boates badaladas. Ali passam em dias normais cerca de 2 milhões de turcos e turistas em busca de diversão.

Acordei no outro dia de ovo virado. Tinha pedido ao Carlos para colocar o despertador para nos acordar às 9h e ele se fingiu de morto. Acordamos às 11h e eu com a sensação da manhã perdida. Eu não estou acostumado a depender de niguém e ter que esperar o outro acordar, tomar banho ou tomar café está sendo uma prova de paciência.

O primeiro dia foi dose, mas depois eu relaxei.

No domingo o Ugur veio nos pegar para tomar o café da manhã turco, que é uma tradição tomar este café às 3h da tarde do domingo. Eu pensei comigo: eu não vou agüentar de fome...
Ele passou no hotel às 13h e fomos pegar um outro amigo dele da Sérvia, o Wladmir, um arquiteto e designer de moda que passava o seu último dia em Istambul.
Foi uma troca de informações incrível e já fomos convidados para conhecer mais uma cidade do leste europeu: Belgrado.

O café da manhã foi de cair o queixo. Ele nos levou para um restaurante à beira do estreito de Bósforo, o Cafe Nar (cafenar.com ), onde víamos a ponte Atatürk - a ponte do Bósforo - com sua arquitetura e engenharia emocionantes atravessar do lado europeu para o lado asiático da península. Nós nos sentamos em uma mesa onde podíamos ver a rua e mais pessoas mais que lindas passando.

Aí chegou a comida... É inexplicável como pode ter tantas cores em um único prato: tomates, pimentões, azeitonas, queijos, pães, ovos mexidos, cozidos, geléias de laranja, romã e morango... E tudo tinha uma luminosidade que eu nã tinha visto em outros lugares. De enlouquecer. E ainda um suco de romã com laranja. Só as fotos poderão mostrar a minha felicidade. E o chá turco para terminar.

Saímos de mais uma Festa de Babete e fomos andar no calçadão com uma aglomeração de pessas lindas, ricas e poderoas. Um festival de carros fantásticos: Ferrari, Porche e Mini Cooper
- que, aliás, é o carro do nosso cicerone.
Caminhamos até chegar na Fortaleza de Rumeli, um castelo erguido em 1452, que subimos os seus 130m de altura por escadas e platôs onde tivemos uma vista da ponte do Bósforo de cair o queixo.

Acabamos a noite conhecendo o escritório do Ugur, que é designer de interiores e de produto. Conhecemos a sua coleção fantástica de protótipos de alguns móveis criados por ele fizemos o nosso roteiro offguide para a 2a feira. Mais um dia memorável.

Istambul é de enloquecer! É uma cidade efervescente, moderníssima e extremamente calorosa.
Os turcos são vendedores, mas não não agressivos como em Marrakech. São simpáticos e apaixonados por brasileiro.

Aliás, estou para escrever isso aqui há muito tempo. O Brasil não seria nada no exterior sem o seu futebol. O nome que mais ouvi aqui: Roberto Carlos, Ronaldinho, Romário... Todos esses países que eu visitei até agora têm um carinho gratuito pelo Brasil, pela alegria que ele eferece com a sua arte que é jogar bola e encantar os povos.

É muito bom ser brasileiro e ser tratado tão bem em todos os lugares.

01/03/2009

CRUZEIRO PELAS ILHAS DO MAR EGEU: ÉGINA, HIDRO E PORUS

Acordei às 6h da manhã para encontrar o ônibus que me leveria ao passeio de um dia pelas ilhas gregas. Pensei que seria mais um cruzeiro da solidão, mas foi totalmente o contrário.

Assim que subi no barco vi duas meninas tirando sarro com um garçon e vi que ali tinha uma turma boa. Logo tentei me enturmar e puxar assunto. Era a Milagros e a Martha, duas espanholas que viajavem sozinhas e se encontraram num albergue em Atenas. Uma de Adaluzia e a oura de Bilbao. Divertidíssimas, espirituosas e, agora, grandes amigas.

O passeio de 12hs pelas ilhas foi delicioso. Fez um dia lindo, céu azul e paisagens fantásticas que me fizeram fazer mais 800 fotos.

A ilha de Égina é a que chega mais próximo do que eu imaginava de uma ilha grega: casas brancas contruídas nas encostas, povo simples e uma luminosidade de fazer cerrar os olhos.
Lá paramos por 40 min. e caminhamos pelos becos brancos e ruelas, onde fiz fotos lindas das frestas entre as casas que vasavam o mar.
Hidro é um pouco maior e já tem a seu turismo mais desenvolvido com restaurantes de pescados e cozinheiros assando os polvos e frutos do mar numa churrasqueira na rua.
Pena que já tínhamos almoçado no barco, porque a comida era de encher os olhos.
Porus é a maior delas já tem cara de ilha para turista ; já foi transformada em ponto de ebulição de varão com casas de veraneios e parece muito com as ilhas do litoral do Rio de Janeiro.

Foi um encontro de 3 pessoas que estavam perdidas e que, cada um na sua viagem, havia se encontrado. Falamos da diferença que é viajar sozinho, da necessidade de se estar só para conversar consigo mesmo. A Milagros saiu há 2 meses de uma relação tempestuosa com um venezuelano. A Martha, que trabalha como motorista de trem de ferro, terminou um romence há 4 meses e eu, sem dor de amor alguma, me curando dos meus problemas mais que intimistas. Era um trio que daria muito assunto para Saramago descrever...heheheh

A Martha não fala uma palavra sequer em inglês e se sentia frustrada na viagem onde a língua mãe é a bendita. A Milagros trabalha em uma empresa multinacional e fala o inglês fluentemente e ensinava à Martha pequenas expressões para que ela pudesse se comunicar com os tripulantes do barco.

Exercitei o meu espanhol o tempo todo e vi, mais uma vez, o tanto que foi importante o meu curso em Barcelona.

Mai uma vez o dia terminou púrpura e eu com a certeza de que "con-viver" vale mesmo a pena.
Nos despedimos mais que cansados ainda no ônibus e trocamos emails para que o nosso encontro não ficasse somente em um dia feliz.

O passeio me tranqüilizou um pouco sobre a minha permanência de 4 dias em Atenas, já que o meu corpo não respondia às minhas necessidades.

Acho que os deuses fizeram as pazes comigo porque acordei no outro dia com um sentimento de missão cumprida e me coloquei nos ares em direção à Istambul.

OS DEUSES DE ACRÓPOLIS NÃO QUISERAM ME VER

E u saí ontem de Atenas frustado. A cidade é linda, povo e comida bacanas, mas a minha visita não rendeu.
Como já havia escrito, a minha primeira tentativa de visita à Acrópolis foi decepcionante porque chguei meia hora depois do encerramento do horário da visita que encerra, absurdamente, às 14h.

No segundo dia retornei às 11h, mas foi em vão. Encontrei vários turistas parados na porta sem saber o que fazer na greve geral dos funcionários do governo pelo não recebimento de um pagamento atrasado, que duraria até o domingo, quando eu já estaria em Istambul.
É a crise mundial afetando quem quis visitar o templo dos deuses gregos.

Fiquei me sentindo incompetente, extremamente chateado e sem saber como agir. Como posso ir a Atenas e não conhecer Acrópolis? Pois é.... Só conheci pelo lado de fora e pela explicação da guia grevista que propôs para mim e um casal de espanhol uma aula de 40 min. na parte externa de Acrópolis sobre a sua histórian de 4.000 anos. Cada um pagou 15.00 euros e fizemos o dia da guia Athina ( até o nome é de deusa ).
Mas achei Atenas meio detonada demais. Pensei que fosse encontrar contruções mais bem conservadas, mas foi tudo muito devastado pelos bombardeios turcos e de outros povos europeus.

Aí vêm as cobranças: por quê eu não acordei mais cedo no primeiro dia quando ainda não havia greve? Por quê eu deixo tudo para a última hora? Passei dois dias meio desnorteado procurando alguma coisa que fizesse a minha viagem valer a pena.

Fui quebrando o galho com os espaços que não foram afetados pelos grevistas: Ágora que é o segundo sítio arqueológico mais importante de Atenas depois de Acrópolis, Teatro Dionísios que fica na parte externa de Acrópolis, Museu Arqueológico Nacional, onde eu quase fiquei maluco com a escultura de bronze de Poseidon, as esculturas de mármore do período clássico e os afrescos de Santorini ; e o Museu de Arte Ciclático, que expõe uma impressionante coleção estatuetas de mármore de mais de 3.000 anos encontradas nas ilhas do Mar Egeu, onde tem também uma loja fantásticas de réplicas das obras expostas no museu.

É... Pensando bem não foi tão quebra galho assim... hehehehe

No segundo dia resolvi fzer o cruzeiro por 03 ilhas do Mar Egeu e foi mais que divertido.

Acho que o meu corpo não está respondento aos estímulos que eu dou a ele. Está cansado e pede para que eu o deixe repousar por mais tempo. E eu não tenho como não deixar.

Eu colocava o iphone para despertar às 8h, mas só conseguia me levantar às 10h e saía ao meio dia.

Cansei de exigir dele mais do que ele poderia me oferecer.

25/02/2009

ESSA MALA É UMA MALA, MAS É DO CORAÇÃO

E não é que a minha mala gigante está se despedaçando pelo caminho? Já ficaram algumas peças em Marrakech depois dos buracos da Medina, no Cairo arrebentou as alças no entra e sai nos barcos, aqui perdeu o parafuso da peça que puxa os rodízios. Está toda "malarrumada".

Mas é uma mala do coração e me companha há uns 8 anos, acho que foi a minha primeira compra na Osklen da Da Kine, e tem a minha cara: moderna, apesar de antiga e preta...kkkkkk ( ou será que sou eu que tenho a cara dela: de mala? Não precisa responder! ).

Como eu posso comprar outra aqui e deixar pra trás uma companheira dessas?

Ela não está agüentando o peso da minha tranqueira. Roupa demais, papel demais, tudo over.

Um aparte: por falar em over, eu me lembrei de oversize, não sei por quê.
Outro dia, em Marrakech, eu estava me sentindo muito mal, com dores na região abdominal. Comecei a ficar preocupado. No almoço em um dos restaurantes da estrada em direção ao Atas, resolvi mudar o a fivela do cinto - pra frente, para ver se melhorava. E melhorou.
A minha dor era porque a barriga tinha crescido mais que o espaço que eu tinha definido pra ela na circunferência do cinto. Pode? Cheguei aqui 4kg mais magro e queria manter o mesmo buraco no coitado do cinto 45 dias depois. Só milagre! Mas a barriga tá grande de doer....kkkkkkkkkkkkk LITERALMENTE! Não tô nem aí porque tem jeito: ou eu viajo, ou emagreço. As duas coisas juntas, impossível!

Voltando à mala: mas na próxima viagem vai ser diferente.

Em dois meses, seu eu quisesse, usaria - lavando sempre, hein!!!!!- só 04 cuecas, 04 pares de meias pretas, 02 camisetas de malha preta - porque a branca não agüenta o batente e fica toda encardidada ( eu já deixei uma em Marrakech ), 01 cachmere preto, 02 calças jeans - uma preta e outra blue, 01 tênis versátil mais que confortável e 02 casacos. Mais nada.

Tem mais sim: um necessere com 1/3 das coisas que eu trouxe porque parece que eu vim abrir uma farmácia em cada lugar, de tanto remédio.

Esta será a minha bagagem para a próxima viagem de irverno.

Agora sim, mais nada!

EM ATENAS

Ontem eu cheguei em Atenas e foi uma paulada de civilização.

Não que os meus queridos da África não o sejam, mas é outra coisa. Pode parecer preconceituoso e esnobe, mas não é. Acho que é a mesma sensação que os europeus têm quando saem e retornam ao seu continente. E eles estão certíssimos, porque aqui é um luxo.

Aqui eu não tenho medo de andar nas ruas, de errar caminho - porque o meu senso de direção é péssimo e sempre erro. Eu moraria em Atenas numa boa. Ela foi eleita a cidade mais segura da Europa para se morar.

Cidade moderna, com a sua história e paisagens lindas, gente bacana, boa comida e um idioma indecifrável. Agora eu sei definitivamente quando usar a expressão: parece que está falando grego. NÃO DÁ PRA ENTENDER NADA MESMO! Nenhum fonema me soa familiar, mas o povo é lindo de doer.

Hoje fui tentar conhecer Acrópolis, mas estava fechada. Ponto turístico que fecha às 2h da tarde? Absurdo! Mas valeu porque endei muito e conheci um pouco da cidade. Mas da Grécia antiga ainda nada, só através das grades kkkkkkkkkkkkkkk.

Tenho mais 2 dias e vou ter que correr. Dia 28 vou encontrar o Carlos em Istambul. Agora vou ter um companheiro de viagem de primeira por alguns dias. Eu estou me sentindo muito só.

LUXOR É UM LUXO

Hoje eu tive uma aula de história. E das boas.

Pela manhã eu conheci o Esteban , o guia egípcio que fala espanhol contratado para me acompanhar aqui em Luxor. Foi uma das pessoas mais iluminadas que conheci na viagem até agora: correto, íntegro e absolutamente apaixonado pelo que faz. Eu fui com a cara dele logo de início; expliquei o meu drama do cartão de crédito e ele fez de tudo para me ajudar e conseguiu.

Fomos a uma loja para turistas que trabalha com ônix, basalto e granito uma aula de pedras maravilhosas. Trabalho artesanal que leva de 02 a 10 dias para ficar pronto.
Na loja eu comprei alguns presentes e ele conseguiu que o dono passasse o meu cartão de crédito “Cavalo de Tróia “ ( porque é um presente de grego: limite altíssimo para compra e de retirada baixíssimo ), e me desse pelo menos 200,00 euros em libras egípcias para que eu trocar no aeroporto para continuar a viagem, coisa que já ajudou um pouco.

E ainda ligou para a agência de viagens que me financiou o cruzeiro sem que eu fizesse o pagamento total e fez a transação de modo que a própria loja repassaria o dinheiro para agência.
Eu não entendi nada do trâmite, mas ta valendo porque resolveu o meu problema. Deus existe!!!!!!

Logo cedo fomos conhecer aqui em Luxor alguns lugares que, com certeza, vou rever na internet porque foi uma aula de história de cair o queixo.

Aqui os guias precisam cursar uma faculdade de 05 anos e falar, no mínimo, o árabe ( claro! ), o inglês e o francês, que são línguas que hoje já se aprende na escola primária, junto com o árabe. E o cara me deu uma aula de símbolos, decifrando o alfabeto egípcio antigo e falou da importância de cada faraó na história do Egito. E não é que tiveram 03 poderosas mulheres faraós? Isso eu não sabia.

CRUZEIRO PELO RIO NILO: ANSWAN - KOM OMBO - EDFU - LUXOR

Nunca eu pensei em fazer um cruzeiro como este, ou melhor nunca tive vontade. Porque pensar em fazer a gente sempre pensa.
A Suelen, minha morena da ZOR, está fazendo o dela agora no Carnaval e deve estar se esbaldando.
Sempre quando alguém diz que foi a um, logo depois vem a descrição da esbórnia, da bebedeira e da festança. Normalmente falam das pessoas que conheceram, beijaram ou simplesmente fizeram sexo.

Aqui eu não fiz nada disso. As únicas pessoas para quem eu dirigi a palavra foram os rapazes da recepção e os garçons do restaurante, mesmo assim porque sou educado e alguns deles me ajudaram bastante no momento without money.

Cruzeiro é engraçado. Você faz tudo com no mesmo local e no mesmo horário. Eu tive uma mesa de 06 lugares só para mim, porque eu e outra menina árabe estávamos sozinhos, mas ficávamos em mesas separadas, cada um na sua de 06 lugares,e cada um no seu mundinho. Café das 7 às 8h, almoço de 13 às 14h e jantar de 20 às 21h. Aqui eu tive que me adequar aos horários para não ficar com fome.

O barco estava vazio: máximo umas 20 pessoas durante os 04 dias.
Eu não tive vontade de conversar com ninguém, apesar de ter uma família e um casal de espanhóis, onde eu poderia exercitar a meu idioma favorito. Eu precisava de silêncio. Eu não queria interação, bater papo, muito menos as famosas festas.

Um noite teve uma árabe ( todas têm temas, né.). Alguns gatos pingados se vestiram a caráter, compraram roupa na lojinha e foram dançar na boate numa animação de dar dó.

Eu não estava ali pra festa. Mas eu também não sabia para quê eu estava; acho porque era diferente e eu estou me permitindo mais.
Eu fui meio no susto, como tudo que aconteceu comigo nesses dois últimos meses.

Eu não me permito fazer planos. Deu vontade, o dinheiro dá, eu vou. Sem pensar muito porque na minha vida até agora eu sempre fui muito racional.
Racional a ponto de nunca desejar aquilo que eu não posso ter.
Vou explicar até para eu mesmo entender: eu não teria vontade de fazer esta viagem se eu não tivesse possibilidade de realizá-la; eu nunca pensei na possibilidade de ter um carro bacana sem ter o dinheiro para tê-lo; eu não tenho vontade de ver vitrines da Osklen nos meses de aperto financeiro. É racionalidade ao extremo.
Eu não tenho vontade à toa, mas talvez isso seja bom porque eu sofro menos. Mas sonho menos também.

Eu nunca trabalhei pensando em ganhar dinheiro; eu sempre digo que o dinheiro que eu ganho é conseqüência do trabalho que eu realizo. Eu adoro trabalhar e me realizo no que eu me propus a fazer. E tenho que ser bem pago por isso, porque eu me desdobro para que ele saia perfeito.

De volta ao barco.

É uma delícia abrir a janela do barco, que ocupa toda a sua largura de 3.50m e fazer dele uma varanda. Eu deixo o sol entrar, fico só de cueca e sento numa poltrona imensa que tem aqui com os pés no guarda-corpo vazado pintado de azul, que me permite ver as águas do Nilo refletidas pelo sol. E não tem o vento do deck lá de cima, que é imenso e não posso ficar de cueca.
Pego a minha câmera e fotografo o que eu vejo de bacana nas margens do rio. E como tem coisa linda: mesquitas, jardins, crianças correndo atrás do barco e outros barcos nas direção contrária.
E o pôr-do-sol é de emocionar.

Tem um coisa que eu não conhecia: vaso sanitário com duchinha na parte interna, tudo na mesma peça. Eu tinha que escrever isso aqui para eu mandar um email pra DECA quando eu chegar no Brasil. Eu sempre sonhei com esse 2 em 1.kkkkkkkkkkkkkkkk
O box é aquela câmara que acente a luz interna, muda de cor, jato daqui, jato dali, uma parafernália que quase me provocou uma queimadura, com esse bobo aqui apertando todos os botões ao mesmo tempo.
O quarto é melhor que alguns hotéis 4 estrelas que fiquei até agora. Tem uma planta inteligente e não sobre nem falta espaço.

Não havia interação entre as pessoas que faziam o cruzeiro. Mas eu acho que ninguém estava ali pra papo. Os grupos não saíam da sua fronteira. Durante os quatro dias eu vi uma moça americana que estava com o namorado mostrar a sua foto para uma senhora que viajava com a sua filha e dois netos, já rapazes. E só.

Era o cruzeiro da solidão.

23/02/2009

JOÃO, MEU BICHO PELUDO


Quando o Carlos me deu o João de presente de aniversário há três anos atrás e eu aceitei, percebi que alguma coisa estava mudando dentro de mim. Era a primeira vez que eu me propunha cuidar de alguém ou alguma coisa que não fosse o meu trabalho.
Ali eu senti que comecei a me desprender do meu mundinho fechado, da minha clausura interior.

O animal precisa da gente o tempo todo e é uma troca de amor incondicional. Ele me ama sem perguntar se eu tenho dinheiro para pagar o jantar no DOM, o condomínio do apartamento bacana ou comprar uma calça da Diesel.
Ele se deita no meu colo e me dá tranqüilidade, a mesma que eu dou a ele.
Era disso o que eu estava mais precisando naquele momento: a carícia essencial.
E o Carlos, sábio como sempre, percebeu antes de mim que aquele presente poderia me tornar uma pessoa melhor.

Cuidar e ser cuidado é muito bom. Saber que tem alguém por perto o tempo todo é melhor ainda.
Agora eu sei que a compania pode ser de um animal, de uma planta ou de um bicho de pelúcia e só depende da forma de interação que você espera do outro.
Ele tem que ser companheiro e dar vontade de sentir o cheiro, de ficar de nariz colado, como o João faz comigo.
Eu sempre tive dificuldade de me entregar a um relacionamento, mas o João me fez desbloquear esse caminho.














































































DESCONECTADO – PRIMEIRO MÊS DO RESTO DA MINHA VIDA

Outro dia eu parei para pensar nessa minha viagem.

Eu saí de BH amargurado em dezembro, querendo fechar o escritório, mudar de área de atuação e buscar outra forma de vida, onde eu pudesse ser feliz com pouco.

Essa idéia de minimizar é uma constante na minha vida já faz tempo. Acho que posso racionalizar o meu tempo, as minhas coisas, viver com menos para ter mais tranqüilidade. Porque eu vi que eu trabalhava exaustivamente para pagar “coisas” que nem sempre me faziam feliz; eu vivia sem o prazer da criação, do trabalho elaborado que o bom design exige.

Quero que o meu trabalho volte a ser prazeroso, com há 15 anos atrás. Não quero ter que trabalhar simplesmente para pagar as contas ou satisfazer o meu cliente. Quero voltar a ter tesão no que eu sempre lutei para fazer e sei fazer de melhor.
Eu tenho consciência que sou muito bom no que eu faço.

No mês de janeiro eu consegui me desligar completamete da minha vida dos últimos 40 anos. Foi como se eu estivesse desligado uma tomada ou um interruptor. Esqueci da minha casa, da ZOR, da minha família, apesar de ligar toda semana e estar sempre no msn com Hana e Toninho, meu cunhado; dos amigos e até do João, meu querido e mais que amado bicho peludo.

Esse “primeiro mês do resto da minha vida” foi para desintoxicar da amargura. Eu já escrevi isso quando saí de Barcelona, mas é a pura verdade. Toda vez que toco no assunto eu me emociono porque eu me pergunto como me deixei chegar àquele ponto.

Acho que agora é a primeira vez na minha vida esqueci de tudo e de todos e fiquei só, comigo.

Eu precisava buscar a cura para tamanha tristeza e foi muito bom ver que ela estava bem mais perto do que eu poderia imaginar.
Ela estava aqui pertinho, dentro de mim.

É bom saber que quem poderá fazer o melhor pra mim sempre serei eu mesmo e que a minha vida recomeça agora.

DESCOBERTA

Sempre que eu via alguém com fone de ouvido imaginava como ela podia ficar desconectada do mundo e se entregar à música naquele momento e ficar só, sem pensar em nada senão na voz e no ritmo. Para mim isso sempre se mostrou um desprendimento inacessível, incompatível com a minha forma de vida.

Mesmo em casa a música ocupa um espaço quase que nenhum na minha vida. Eu nunca dei tempo pra ela e nunca tive o hábito que todo mundo normlmente tem de chegar em casa e ligar o som para tomar banho ou para encher o vazio da casa.
A TV, a informação visual, sempre foi mais importante porque me serviria para ter alguma idéia fantástica para os meus clients fabulosos.

Agora estou aqui no deck do barco continuando a subida do Nilo depois de tomar um café da manhã maravilhoso e comecei a pensar sobre isso. Deu vontade de ligar o ipod e liguei; senti uma coisa muito boa e me perguntei porque não faço isso mais vezes. A resposta veio instantaneamente: porque eu não me permito.
E como é bom me permitir isso!

Eu sempre estive conectado em ter alguma idéia fantástica para algum trabalho que nem sempre precisava dela.
Eu não tinha tempo para me dar certos prazeres banais, como esse de colocar os fones de ouvido e ouvir Marisa Monte numa manhã de domingo. Mas agora caiu a ficha e deu vontade de escrever para eu nunca mais esquecer.

Estou escrevendo agora debaixo de um céu azul e um sol radiante vendo os outros barcos passarem do lado e as lágrimas não param de cair. Acho que estou reaprendendo a ser uma pessoa normal, com desejos normais com quase quarenta e um anos, porque dia onze de março é daqui a dezessete dias.

E outra descoberta: eu tenho vontade de ouvir música, de ler, de fazer alguma pra mim quando estou tranqüilo, em paz comigo. Isso aconteceu inúmeras vezes em Barcelona, onde eu tive tempo de sobra para não fazer nada e me desconectei completamente da minha vida no Brasil. A minha compulsão pela idéia perfeita, enfim, pelo trabalho incessante, sempre ocupou todo o meu tempo até agora; mas isso vai mudar.

Paz interior. Parece coisa de Gandhi com designer de interiors, mas é essa paz que eu busco e parece que estou no caminho certo de encontrá-la. Eu sinto que eu preciso tentar me dar mais presentes daqui pra frente. Pequenos regalos que não custam nada ao bolso, que dependem só da minha vontade e me fazem extremamente feliz.

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Definitivamente, no soy lo mismo!