11/03/2009














BONJOUR MONSIEUR, FOIE GRAS, CAROL E JEREMIE

Hoje São Pedro também me deu um presente: fez um dia lindo e Paris ficou ainda mais iluminada. Céu azul, franceses elegantíssimos pelas ruas e uma certeza: eu não quero sair daqui...kkkkkkk. Mas na semana que vem eu chego aí.

Hoje deu para sentir o que Danuza Leão conta nos seus livros quando vem a Paris. Simplesmente indescritível a sensação. Eu não senti o mesmo quando vim a quinze anos atrás pela primeira vez.

Depois de ficar horas resolvendo problemas de trabalho com a Suelen, teclando e recebendo o carinho dos amigos do Brasil pelo MSN e pelo Orkut, saí para comer alguma coisa e ver a vida passar, literalmente.

Sentei na varanda de um café na Rue des Archives com Rivoli, pedi um salada e uma lasanha e me pus a analisar os franceses que passavam. Passaram alguns poucos turistas, mas dá para identificar de longe um parisiense, seja pela elegância, pela altivez ( adora esta palavra ) ou pelo simples modo de se vestir. Eles podem esnobar o mundo porque eles sã chiques mesmo!!!!!! E ainda falam essa língua que entra nos ouvidos como uma canção de ninar. É uma Carla Bruni cantando...

Sem falar na edução. Não teve um loja sequer que eu entrasse que um ou todos os verdedores viessem dar o bonjou, monsieur! Eu entrei numa loja de departamentos em frente ao hotel, a BHV, fui passenado pelos seus 4 andares e TO-DOS os funcionérios que passavam por mim me davam o bonjour.
Será que eles sabem que hoje é o meu aniversário e vieram me cumprimentar? kkkkkkk... brincadeira.

É de deixar qualquer um com vontade de voltar pra Socila.

Depois de comer fui caminhar conhecer um pouco mais o Marais e fiquei impressionado como tem loja bacana "de-tudo-quanto-há". Entrei em umas cinco lojas de óculos tentando comprar um novo, porque o antigo foi parar na lata de lixo de tão detonado que o coitado estava. Nada me encantou a ponto de gastar meus suados euros.

Mas parei em frente a uma loja que só vende foie gras e enlouqueci. Entrei, recebi mais um bonjour, monsieur!, respondi e fiz uma inquete ao vendedor. Porque até agora nenhum francês parou para me explicar como é feita a bendita iguaria da culinária francesa do fígado de pato que está deixando as organizações de defesa dos animais de cabelo em pé...kkkkkkkkk. Tive um workshop rápido com um rapaz educadíssimo, comprei algums potinhos para comer em ocasiões especiais no Brasil e saí feliz com a minha sacolina vermelha. Sem peso na consciência!

À noite fui encontrar a Carol e o Jeremie ( o namorado francês mais que bacana ) para comemorar o niver. Ganhei um presente lindo da Carol e da Laís: um livro só de cachorros - Chiens - e todo escrito em francês, para eu começar a me inteirar do meu novo desafio: aprender francês. Lindo!

Fomos a um resturante delicioso com um aquecedor elétrico que lembrava a praia de Ipanema num verão de 45 graus, perto de onde ela mora: a coitadinha vive ao lado da Torre Eiffel... heehhee.

Bebemos duas guarrafas de champanhe, tiramos fotos, batemos muito papo, comemos e fomos passear perto da torre iluminada para levar de lembrança aquela imagem linda de Paris. Esses dois são simplesmente o máximo! Obrigado pelo carinho, Carol e Jeremie!!!!!

SEM DESIGN

Hoje o dia foi intenso. Comecei a receber mensagens pelo msn a partir das 5h da manhã e elas continuam até agora, já que aqui é 1h da manhã e 11h da noite no Brasil.

O mais engraçado é que isso nunca tinha acontecido comigo com tanta intensidade. Sempre a gente espera o telefonema, um abraço do amigo mais próximo, um email de um cliente e, agora com a tecnologia da informação, mensagens instantâneas de pessoas inimagináveis pelo orkut e outras tantas páginas de relacionamento. Mas foi gente demais mandando mensagem e eu fiquei mais que feliz com isso.

A verdade é que eu sempre me achei um cara desinteressante, com papo vazio e sem ritmo, uma cara banal. E fazia do meu trabalho algo que me fizesse ser percebido.

Com esse blog eu vejo que tem pessoas que param para ler o que eu escrevo e ver as imagens que me emocionam na minha caminhada. Querem saber do novo capítulo da história, como já me escreveram o Tom, a Su, o Tieres, a Dani, a Hana, o Neco, o Quinho, o Darlan, o Irineu, a Gláucia, o André, a Raquel, a Suzana, a Flavinha ( futura mamãe), a Laís, a Carol, a Fernanda e outros tantos amigos que eu fiz de longe nesta viagem.
E podem estar certos que eu tenho um respeito imenso por vocês que perdem o seu tempo para saber como eu ocupo o meu.

Pela primeira vez eu sinto que estou fazendo alguma coisa para mim que reflete no outro sem objetivo do encantamento direcionado para a venda. É uma relação real e intensa entre as minhas palavras e quem está lendo. E só.

Eu não procuro palavras que possam encantar o outro; elas têm que contar verdadeiramente a minha história ou me emocionar imensamente de alguma forma. Isso tudo aqui é apenas para guardar escrito o que a minha cabeça de cabelos brancos já não consegue lembrar.

Como eu já escrevi antes, eu fiz este blog para que eu pudesse lembrar das coisas, das pessoas e dos lugares por onde passei, mas está sendo para mim muito mais que um simples relato de viagem. São novas histórias que eu estou contando tendo como base a minha velha história.

É uma imensa colcha de croché que eu vou tecendo com a ajuda de quem me acompanha ou entra no meu caminho, seja para dar uma ajuda lá no Egito ou me encher de carinho no dia do meu aniversário, como fizeram a Carol e o Jeremie aqui em Paris.

Escrevendo eu posso me desprender dos vícios e dos cacoetes em tentar formatar uma imagem minha que nem sempre é real, e ser eu mesmo. Quem escreve aqui é o Aloizio, o menino de origem simples, o cara bacana, trabalhador, que veio lá de Itabira e tem o maior orgulho disso; filho de Luiz Meireles do armazém e da Lourdinha da lojinha do Alto Pereira, irmão do Caco e da Adriana, deslumbrado com o novo, de peito aberto, sem design.

POIS É... 41 ANOS EM PARIS

Ontem eu perdi o vôo pela primeira vez na viagem até agora, depois de 74 dias.
Calculei mal o tempo de saída do hotel até o aeroporto de Beauvais que fica a 70km de Paris.
E dancei. E feio.

Tive que pagar 100,00 euros só para o táxi me levar até aquele fim de mundo, o que não adiantou de nada. Porque o ônibus que vai até o aeroporto ( que custa 13,00 euros... óoooooodio! ) demoraria mais de 2 horas para chegar lá, já que eu cheguei às 4:30h no hotel para pegar o vôo das 19:10h. O horário que eu cheguei no hotel era o que eu deveria estar no aeroporto. Cálculo de tempo completamente errado, ou melhor, tudo errado.

Fui querendo me matar de ódio por não ter saído mais cedo querendo que o táxi fosse um daqueles carros de desenho animado que sai voando quando o trânsito está parado.
Cheguei 20 minutos depois de encerrado o embarque para Madrid.

E, ainda, desesperado, quase deixo o meu macbook no guichê de ônibus que faz a volta a Paris. Quando me dei falta dele vi um rapaz do guichê correndo com uma coisa prata nas mãos e vi que era o meu companehiro de viagem. Agradeci imensamente.

Voltei arrasado. Vim no ônibus me achando mais uma vez incompetente e inconseqüente por ter ficado tanto tempo no Musée de Arts Decoratifs me encantando com bibelôs do séc XVII, com poltronas e salas de jatares inteiras Luís XIV, cadeiras de Ron Arad, a Vermelha dos Irmãos Campana e outras amanidaes do design mundial. E ainda achei que dava tempo de comer um macarrão com lombo fantástico num restaurante chinês. E comi.

Fui tranqüilo, como se não tivesse nada de importante para fazer. E perdi o raio do vôo.

No retorno a Paris ( por ódio de mim mesmo, ou amor, sei lá... ) resolvi mudar a minha rota. Eu iria voltar para o mesmo hotel de 5a que eu estava com o Carlos que tinha uma diária bacana.

Pensei comigo: Passar o meu aniversário de 41 anos naquele quarto horroroso?
Peguei o guia Wallpaper e me lembrei de um hotel que tinha a diária mais em conta deles e que é lindo ( villamazarin.com ). Vim, negociei a diária e estou tendo o meu dia de rei.

Resolvi ficar hospedado aqui no Marais mesmo na Rue des Archives com Rivoli, ao lado do Pompidou; e ainda vejo pelas duas sacadas a Praça do Hôtel de Ville. Precisa mais? hehehhe

E ainda para completar, já estava marcando o meu vôo para hoje à noite porque queria de qualquer jeito passar o aniversário sozinho em Madrid, não sei por quê...

Resolvi mudar mais uma vez.

Teclando com a deliciosa Laís, a mãe que perece irmã da Carol que fez ainversário ateontem, me deu um clique. Depois de teclar com ela eu liguei para a Carol contando que tinha perdido o vôo. Desliguei o telefoone e dois minutos depois liguei de novo perguntando o que ela faria hoje a noite. Resolvi, então ficar aqui para passar com ela em Paris.

Foi um momento de luz.

E ainda resolvi ficar mais uma noite e só vou para Madrid amanhã, dia 12/03, aniversário da minha querida amiga-irmã,Thê.

Em momento algum eu pensei em passar o meu aniversário aqui, mas acho que a perda do vôo foi algo inconsciente ( inconsciência que me fez peder, no mínimo, uns 150,oo euros, cacete... Mas isso é melhor nem computar... ).

Paris, esta cidade monocromática e iluminada tem um inexplicável encantamento. Acho que talve seja esse charme das ruas com seus prédios cinzas, essa altivez das pessoas que nasceram nela e das pessoas de fora que ela adotou.

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Definitivamente, no soy lo mismo!