25/02/2009

CRUZEIRO PELO RIO NILO: ANSWAN - KOM OMBO - EDFU - LUXOR

Nunca eu pensei em fazer um cruzeiro como este, ou melhor nunca tive vontade. Porque pensar em fazer a gente sempre pensa.
A Suelen, minha morena da ZOR, está fazendo o dela agora no Carnaval e deve estar se esbaldando.
Sempre quando alguém diz que foi a um, logo depois vem a descrição da esbórnia, da bebedeira e da festança. Normalmente falam das pessoas que conheceram, beijaram ou simplesmente fizeram sexo.

Aqui eu não fiz nada disso. As únicas pessoas para quem eu dirigi a palavra foram os rapazes da recepção e os garçons do restaurante, mesmo assim porque sou educado e alguns deles me ajudaram bastante no momento without money.

Cruzeiro é engraçado. Você faz tudo com no mesmo local e no mesmo horário. Eu tive uma mesa de 06 lugares só para mim, porque eu e outra menina árabe estávamos sozinhos, mas ficávamos em mesas separadas, cada um na sua de 06 lugares,e cada um no seu mundinho. Café das 7 às 8h, almoço de 13 às 14h e jantar de 20 às 21h. Aqui eu tive que me adequar aos horários para não ficar com fome.

O barco estava vazio: máximo umas 20 pessoas durante os 04 dias.
Eu não tive vontade de conversar com ninguém, apesar de ter uma família e um casal de espanhóis, onde eu poderia exercitar a meu idioma favorito. Eu precisava de silêncio. Eu não queria interação, bater papo, muito menos as famosas festas.

Um noite teve uma árabe ( todas têm temas, né.). Alguns gatos pingados se vestiram a caráter, compraram roupa na lojinha e foram dançar na boate numa animação de dar dó.

Eu não estava ali pra festa. Mas eu também não sabia para quê eu estava; acho porque era diferente e eu estou me permitindo mais.
Eu fui meio no susto, como tudo que aconteceu comigo nesses dois últimos meses.

Eu não me permito fazer planos. Deu vontade, o dinheiro dá, eu vou. Sem pensar muito porque na minha vida até agora eu sempre fui muito racional.
Racional a ponto de nunca desejar aquilo que eu não posso ter.
Vou explicar até para eu mesmo entender: eu não teria vontade de fazer esta viagem se eu não tivesse possibilidade de realizá-la; eu nunca pensei na possibilidade de ter um carro bacana sem ter o dinheiro para tê-lo; eu não tenho vontade de ver vitrines da Osklen nos meses de aperto financeiro. É racionalidade ao extremo.
Eu não tenho vontade à toa, mas talvez isso seja bom porque eu sofro menos. Mas sonho menos também.

Eu nunca trabalhei pensando em ganhar dinheiro; eu sempre digo que o dinheiro que eu ganho é conseqüência do trabalho que eu realizo. Eu adoro trabalhar e me realizo no que eu me propus a fazer. E tenho que ser bem pago por isso, porque eu me desdobro para que ele saia perfeito.

De volta ao barco.

É uma delícia abrir a janela do barco, que ocupa toda a sua largura de 3.50m e fazer dele uma varanda. Eu deixo o sol entrar, fico só de cueca e sento numa poltrona imensa que tem aqui com os pés no guarda-corpo vazado pintado de azul, que me permite ver as águas do Nilo refletidas pelo sol. E não tem o vento do deck lá de cima, que é imenso e não posso ficar de cueca.
Pego a minha câmera e fotografo o que eu vejo de bacana nas margens do rio. E como tem coisa linda: mesquitas, jardins, crianças correndo atrás do barco e outros barcos nas direção contrária.
E o pôr-do-sol é de emocionar.

Tem um coisa que eu não conhecia: vaso sanitário com duchinha na parte interna, tudo na mesma peça. Eu tinha que escrever isso aqui para eu mandar um email pra DECA quando eu chegar no Brasil. Eu sempre sonhei com esse 2 em 1.kkkkkkkkkkkkkkkk
O box é aquela câmara que acente a luz interna, muda de cor, jato daqui, jato dali, uma parafernália que quase me provocou uma queimadura, com esse bobo aqui apertando todos os botões ao mesmo tempo.
O quarto é melhor que alguns hotéis 4 estrelas que fiquei até agora. Tem uma planta inteligente e não sobre nem falta espaço.

Não havia interação entre as pessoas que faziam o cruzeiro. Mas eu acho que ninguém estava ali pra papo. Os grupos não saíam da sua fronteira. Durante os quatro dias eu vi uma moça americana que estava com o namorado mostrar a sua foto para uma senhora que viajava com a sua filha e dois netos, já rapazes. E só.

Era o cruzeiro da solidão.

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