Hoje o dia foi intenso. Comecei a receber mensagens pelo msn a partir das 5h da manhã e elas continuam até agora, já que aqui é 1h da manhã e 11h da noite no Brasil.
O mais engraçado é que isso nunca tinha acontecido comigo com tanta intensidade. Sempre a gente espera o telefonema, um abraço do amigo mais próximo, um email de um cliente e, agora com a tecnologia da informação, mensagens instantâneas de pessoas inimagináveis pelo orkut e outras tantas páginas de relacionamento. Mas foi gente demais mandando mensagem e eu fiquei mais que feliz com isso.
A verdade é que eu sempre me achei um cara desinteressante, com papo vazio e sem ritmo, uma cara banal. E fazia do meu trabalho algo que me fizesse ser percebido.
Com esse blog eu vejo que tem pessoas que param para ler o que eu escrevo e ver as imagens que me emocionam na minha caminhada. Querem saber do novo capítulo da história, como já me escreveram o Tom, a Su, o Tieres, a Dani, a Hana, o Neco, o Quinho, o Darlan, o Irineu, a Gláucia, o André, a Raquel, a Suzana, a Flavinha ( futura mamãe), a Laís, a Carol, a Fernanda e outros tantos amigos que eu fiz de longe nesta viagem.
E podem estar certos que eu tenho um respeito imenso por vocês que perdem o seu tempo para saber como eu ocupo o meu.
Pela primeira vez eu sinto que estou fazendo alguma coisa para mim que reflete no outro sem objetivo do encantamento direcionado para a venda. É uma relação real e intensa entre as minhas palavras e quem está lendo. E só.
Eu não procuro palavras que possam encantar o outro; elas têm que contar verdadeiramente a minha história ou me emocionar imensamente de alguma forma. Isso tudo aqui é apenas para guardar escrito o que a minha cabeça de cabelos brancos já não consegue lembrar.
Como eu já escrevi antes, eu fiz este blog para que eu pudesse lembrar das coisas, das pessoas e dos lugares por onde passei, mas está sendo para mim muito mais que um simples relato de viagem. São novas histórias que eu estou contando tendo como base a minha velha história.
É uma imensa colcha de croché que eu vou tecendo com a ajuda de quem me acompanha ou entra no meu caminho, seja para dar uma ajuda lá no Egito ou me encher de carinho no dia do meu aniversário, como fizeram a Carol e o Jeremie aqui em Paris.
Escrevendo eu posso me desprender dos vícios e dos cacoetes em tentar formatar uma imagem minha que nem sempre é real, e ser eu mesmo. Quem escreve aqui é o Aloizio, o menino de origem simples, o cara bacana, trabalhador, que veio lá de Itabira e tem o maior orgulho disso; filho de Luiz Meireles do armazém e da Lourdinha da lojinha do Alto Pereira, irmão do Caco e da Adriana, deslumbrado com o novo, de peito aberto, sem design.
11/03/2009
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