09/03/2009


MANEIRA DE AMAR

"O jardineiro conversava com as flores, e elas se habituaram ao diálogo.

Passava manhãs contando coisas a uma cravina ou escutando o que lhe confiava um gerânio.
O girassol não ia muito com sua cara, ou porque não fosse homem bonito, ou porque os girassóis são orgulhosos de natureza. Em vão o jardineiro tentava captar-lhe as graças, pois o girassol chegava a voltar-se contra a luz para não ver o rosto que lhe sorria.
Era uma situação bastante embaraçosa, que as outras flores não comentavam.

Nunca, entretanto, o jardineiro deixou de regar o pé de girassol e de renovar-lhe a terra, na ocasião devida.

O dono do jardim achou que seu empregado perdia muito tempo parado diante dos canteiros, aparentemente não fazendo coisa alguma. E mandou-o embora, depois de assinar a carteira de trabalho.

Depois que o jardineiro saiu, as flores ficaram tristes e censuravam-se porque não tinham induzido o girassol a mudar de atitude. A mais triste de todas era o girassol, que não se conformava com a ausência do homem.

“Você o tratava mal, agora está arrependido.” “Não”, respondeu, “estou triste porque agora não posso tratá-lo mal.

É a minha maneira de amar, ele sabia disso, e gostava.”


Carlos Drummond de Andrade

CARLOS DE VOLTA AO BRASIL, VOLTOU A SOLIDÃO


Hoje o dia amanheceu chuvoso e foi clareando até chegar num azul claro.

Marcamos de encontrar a Carol às 12:30h na estação de Metrô do Louvre, onde iríamos conhecer e visitar o Museu de Artes Decotativas, que estava fechado.

Na saída do nosso hotel de 5a caminhamos pelo roteirinho que o Tom passou: Rue dos Archives com suas livrarias e lojas de antiquários de sair correndo para não levar de tudo muito.

Com a compania da Carol fomos fazer o roteirinho fashion que independe da abertura de museus: Rue de de Saint Honoré com as suas lojas de primeira grandeza: Galiano, Prada, Colete e outros locais fashions que fomos encontrando pelo caminho até parar para almoçar em mais um bistrô que servia muita comida.

O engraçado é que em Paris tudo parece monumento. Dá vontade de sair fotografando tudo e todo mundo.

O Carlos saiu mais cedo para o hotel para voltar ao Brasil ainda hoje. Amanhã volto à minha solidão.

Ele ficou nervoso comigo algumas vezes pela minha impaciência com ele. Ontem ele me disse algumas palavras bacanas e eu o ouvi calado. Ele falou que eu aprendi a ser auto-suficiente nestes quase três meses de viagem, quando eu não dependi de ninguém, ou melhor, só dependi de mim mesmo. Ele disse para eu tentar ficar mais paciente para eu poder viver melhor, ou senão eu não vou agüentar conviver com mais ninguém. Ele tem razão. A minha viagem provou que eu posso depender só de mim; e isso não é bom nem aqui, nem no Cairo, nem em Marrakesh.

Mais uma vez, o sábio Carlos!

Hoje, quando eu voltava para o hotel e percebi que eu estaria sozinho novamente e sem a compania dele.
Eu me senti triste e desamparado e lembrei de um artigo do Carlos Drummond de Andrade que resume o meu sentimento por ele.




PARIS, MON AMOUR!

Ontem foi dia de turista total: subida até o terceiro etage da Torre Eiffel, passeio pelas margens do Rio Sena, visita ao Musée du quai Branly, que exibe a arte da África, Ásia, Oceania e Américas, ou o que poderíamos chamar no Grammy de World Music...kkkkkkkk, ou Folk Art, sei lá... Era um museu de tudo quanto era lugar, menos os poderosos europeus.
Mas arquitetura do museu é de deixar qualquer ser humano boquiaberto ( quaibranly.fr ).

Matei um desejo do Carlos de subir até o último etage da Torre Eiffel, mas quem se divertiu mais e não teve vontade de descer fui eu. Fiz muitas fotos do movimento de subida e descida dos elevadores, dos telhados brancos, do Rio Sena, do céu azul e de pessoas maravilhosas que passavam alucinadas na minha frente e quase fiz um book do Carlos... Fiz foto dele a perder de vista e ele está se achando o máximo. Ele olha parara as fotos e diz: eu me comeria....kkkkkkkk

Caminhamos mais um pouco, pegamos o metrô em direção ao Hotel, mas decidimos ir passear na Champs Elisée com uma chuva fininha caindo para ver as lojas poderosas à noite. Paramos para comer num bistrô delicioso, deixamos lá as jóias da família e fomos dormir de barriga mais que cheia... E ainda dizem que o franceses comem pouco... Mentira!!!!





PARIS E CAROL

Eu vim para Paris encontrar a Carol, ex-funcionária e grande amiga. E ainda cheguei no dia 06/03, no dia do seu aniversário. Fiz uma força danada para sair de Istambul nesta data para encontrá-la e foi uma felicidade. Eu e o Carlos viemos em vôos diferentes e a chegada foi uma aventura pelo tanto de trem e táxi que tive que pegar para chegar ao bendito Marais.

Saímos e fomos encontrar a Carol num bar e foi uma festa - literalmente, com direito a bolo e parabéns-pra-você em francês. A felicidade de reeencontrar uma pessa querida que eu não via há tanto tempo é muito bom. Conhecer os seus amigos daqui - alguns brasileiros e outros do mundo inteiro, o namorado, e conversar com essas pessoas que vivem no primeiro mundo e reclamam da crise que afeta a França, como em qualquer país do mundo.

Aparte 2: Acabei deixando a minha mala destroçada bacana em Atenas, onde eu comprei uma daquelas de 50,00 euros para quebrar o galho até o final da viagem. Mas a vaca foi se despedaçando pelo caminho também. Quando cheguei no aeroporto de Istambul, a estrutura metálica, outra vez, saiu na minha mão. E, quando estava fazendo o trânsito do aeroporto para a Gare du Nord em Paris, os rodízios ficaram na entrada do elevador.
E lá fui eu arrastando aquele monstro chinês pela estação até encontrar uma loja - de chinesas - onde eu pude comprar uma outra mala melhorzinha.

Eu não quis fazer o roteiro"fashion" nesta viagem. Eu vim com roteiros Wallpaper de Berlin, Londres e fui descartando estas cidaades pelo caminho. Acho que elas me lembravam demais o meu trabalho e, por isso, resolvi fazer o roteiro norte da África e a Turquia. Lugares onde eu não fazia idéia de como seriam e onde eu tive as grandes surpresas até agora.

Eu vim para ficar dois dias em Paris; era só mesmo para dar um beijo na Carol e tchau.

Mas não teve como... Paris pede mais e eu também quero mais. Vou ficar mais dois dias, depois de ter passado uma tarde no Pompidou vendo as fantásticas montagens da exposição do Ron Arad e do artista plástico mexicano Damián Ortega e de fazer um tour pelas exposições permanentes.

Saio daqui nos dia 10/03, um dia antes do meu aniversário de 41 anos, que eu quero passar em Madrid, a cidade que eu tanto adoro.





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Definitivamente, no soy lo mismo!