15/03/2009

REGALOS PARA A ALMA

Ontem continuei a minha peregrinação em busca de algum presente que que desse um pouco mais de energia. Caminhei pela Gran Via até a Puerta Del Sol a caminho da Lomograph, uma loja de câmeras fotográfica vintage que tá fazendo sucesso entre os fotógrafos mais antenados e entre os normais malucos por novidades.

O Tom já tinha me mostrado a dele, que tem 04 lentes e faz fotos simultâneas, com intervalos de 2 seguntos, mas só fiquei fascinado mesmo quando vi o espaço LOMO no Pompidou em Paris. Fiquei na dúvida e não comprei, mas encontrei duas lojas aqui para minha felicidade. Fui até a Calle Echegaray, mas a loja estava fechada no sábado, só na 2a.
Mas consegui comprar um óculos novo que eu tanto queria e precisava, já que virou rotina eu jogar fora coisa que desmonta pelo caminho.

Almocei numa restaurante típico espanhol e comi o menu de la casa por 10,00E... Inacreditáveis o sabor da comida e o preço para um a entrada, o prato principal e a sobremesa com bebida.

Caminhei mais um pouco até a Estação de Atocha onde eu fiquei perambulando pelas escadas rolantes com a minha câmera na mão roubando as cenas da pessoas que chegavam ou partiam de Madri, coisa que eu tanto eu gosto. Muitos beijos, abraços e muitas foto sem foco ou tremida... Acho que os meus olhos estão cansados também.

Ao lado da estação está o Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía, e não teve como deixar de entrar. Mas entrei só vi as exposições temporárias e revi a emocionante Guernica de Picasso. Foi como na primeira vez. Emocionante.

A exposição Dependecias da Eulalia Valldosera é inacreditável... Arrepiei várias vezes interagindo com as obras ou observando os outros visitantes fazendo o mesmo.
Ela trabalha a interatividade com projeções de imagens ou de sombras, utilizando objetos no nosso cotidiano; ela tem um trabalho consistente, com pesquisa e desenvolvimento das obras expostas, anotações do desenvolvimento dos trabalhos...
Fiz uma viagem pela obra do amaricanos Paul Thek, que eu não conhecia; e virei criança com o fascinante trabalho La Torre do argentino Leandro Erlich.

E o mais bacana: tudo grátis. O Governo espanhol institucionalizou que os museus em Madri no inverno são de graça; pena que em Barcelona não era assim.

Hoje a rotina foi a mesma. Domingo as grandes lojas não abrem, então as ruas ficam mais tranqüilas e mais fácil de caminhar.

Almocei num restaurante de comida asiática do guia Wallpaper, o Wagaboo ( wagaboo.com) e comi uma das comidas mais saborosas de toda a viagem até agora por 20,00E.
Eu fechava os olhos e fazia como no Kaiku em Barcelona, com a comida do chefe Hugo.

Saí feliz e satisfeitíssimo do Wagaboo ( o nome, a indetidade visual, o site e a arquitetura do lugar são bem bacanas! ) e fiquei em frente o Museo Del Prado fotografando os turistas bacanérrimos que passavam ou tomavam sol nos gramados e os que se matavam nas intermináveis filas para entrar no museu.
Esperei todos entrarem e, depois das 7h da noite, e fui ver a exposição com a coletânea das pinturas do Francis Bacon, já que o museu fecha às 8:30h.
Tá vendo, Atenas???? Isso é que é horário para turista!!!!!

Ontem e hoje procurei presentes materias que me tornassem menos cansado ou pudessem energizar o meu corpo dolorido, como se isso fosse possível...

Mas o que eu ganhei foram regalos para a alma, depois de tanta coisa nova que eu vi e senti.

PACIÊNCIA

Lenine é um dos grandes poetas dos últimos tempos. Ele consegue juntar poesia e melodia de uma forma emocionante; e algumas músicas me fazem chorar só de pensar nelas.

Ele fala de coisas cotidianas com uma síntese e uma musicalidade como há muito tempo eu não via e ouvia. Ele passou a ser, também, um dos meus companheiros na viagem.

Ele me ajudou a ver, nesses dias de intensa solidão, o que eu precisava buscar dentro de mim para encontrar a minha paz: um pouco mais de paciência.

“ Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
A vida não pára...

Enquanto o tempo
Acelera e pede pressa
Eu me recuso faço hora
Vou na valsa
A vida é tão rara...

Enquanto todo mundo
Espera a cura do mal
E a loucura finge
Que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência...

O mundo vai girando
Cada vez mais veloz
A gente espera do mundo
E o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência...

Será que é tempo
Que lhe falta prá perceber?
Será que temos esse tempo
Prá perder?
E quem quer saber?
A vida é tão rara
Tão rara...

Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Mesmo quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não pára
A vida não pára não...

Será que é tempo
Que lhe falta prá perceber?
Será que temos esse tempo
Prá perder?
E quem quer saber?
A vida é tão rara
Tão rara...

Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não pára
A vida não pára não...

A vida não pára!...
A vida é tão rara!... “


Poderoso Lenine.

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