Acordei às 6h da manhã para encontrar o ônibus que me leveria ao passeio de um dia pelas ilhas gregas. Pensei que seria mais um cruzeiro da solidão, mas foi totalmente o contrário.
Assim que subi no barco vi duas meninas tirando sarro com um garçon e vi que ali tinha uma turma boa. Logo tentei me enturmar e puxar assunto. Era a Milagros e a Martha, duas espanholas que viajavem sozinhas e se encontraram num albergue em Atenas. Uma de Adaluzia e a oura de Bilbao. Divertidíssimas, espirituosas e, agora, grandes amigas.
O passeio de 12hs pelas ilhas foi delicioso. Fez um dia lindo, céu azul e paisagens fantásticas que me fizeram fazer mais 800 fotos.
A ilha de Égina é a que chega mais próximo do que eu imaginava de uma ilha grega: casas brancas contruídas nas encostas, povo simples e uma luminosidade de fazer cerrar os olhos.
Lá paramos por 40 min. e caminhamos pelos becos brancos e ruelas, onde fiz fotos lindas das frestas entre as casas que vasavam o mar.
Hidro é um pouco maior e já tem a seu turismo mais desenvolvido com restaurantes de pescados e cozinheiros assando os polvos e frutos do mar numa churrasqueira na rua.
Pena que já tínhamos almoçado no barco, porque a comida era de encher os olhos.
Porus é a maior delas já tem cara de ilha para turista ; já foi transformada em ponto de ebulição de varão com casas de veraneios e parece muito com as ilhas do litoral do Rio de Janeiro.
Foi um encontro de 3 pessoas que estavam perdidas e que, cada um na sua viagem, havia se encontrado. Falamos da diferença que é viajar sozinho, da necessidade de se estar só para conversar consigo mesmo. A Milagros saiu há 2 meses de uma relação tempestuosa com um venezuelano. A Martha, que trabalha como motorista de trem de ferro, terminou um romence há 4 meses e eu, sem dor de amor alguma, me curando dos meus problemas mais que intimistas. Era um trio que daria muito assunto para Saramago descrever...heheheh
A Martha não fala uma palavra sequer em inglês e se sentia frustrada na viagem onde a língua mãe é a bendita. A Milagros trabalha em uma empresa multinacional e fala o inglês fluentemente e ensinava à Martha pequenas expressões para que ela pudesse se comunicar com os tripulantes do barco.
Exercitei o meu espanhol o tempo todo e vi, mais uma vez, o tanto que foi importante o meu curso em Barcelona.
Mai uma vez o dia terminou púrpura e eu com a certeza de que "con-viver" vale mesmo a pena.
Nos despedimos mais que cansados ainda no ônibus e trocamos emails para que o nosso encontro não ficasse somente em um dia feliz.
O passeio me tranqüilizou um pouco sobre a minha permanência de 4 dias em Atenas, já que o meu corpo não respondia às minhas necessidades.
Acho que os deuses fizeram as pazes comigo porque acordei no outro dia com um sentimento de missão cumprida e me coloquei nos ares em direção à Istambul.
01/03/2009
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