23/02/2009

SUBINDO O NILO NO APERTO

Quando eu estava na Cidade das Artes e das Ciências em Valência, assisti no cinema 180 graus a um documentário sobre uma expedição de que subiu todo o curso do rio Nilo em 74 dias. Fiquei fascinado. Foi alí que eu decidi vir para o Egito, porque até aquele dia, era um destino que não tinha passado pela minha cabeça.

Ao meio dia desci para encontrar o Mohamad, dono da agência de turismo; lembra dos quarto Mohamads?
Ele me levaria para o aeroporto e, pelo caminho, eu pegaria o dinheiro para pagar a segunda metade da viagem e para os meus gastos diários que seriam poucos, já que no pacote estão inclusas três refeições por dia.

É… Infelizmente eu disse no tempo verbal correto: pegaria.
Porque não rolou. Eu estava com sorte demais até agora.

Paramos no primeiro caixa eletrônico e nada, no segundo, nada também. Todos com dinheiro insuficiente para a minha retirada.

Eu vim com dois cartões de crédito: uma Marstercard com um limite de retirada de 5a e outro Visa da minha conta corrente, poderoso porque, quando eu saí do Brasil, convidei os gerentes da minha conta par air até à ZOR para conversar pessoalmente para que eu não tivesse problema algum na viagem. E não tive até agora.

No terceiro caixa eletrônico o filho da mãe engoliu o meu cartão e não o devolveu. Isso: fiquei sem o Visa todo-poderoso.

Tentei manter a calma e chamei o Mohamad para me ajudar a resolver o problema. Ele entrou no banco e saiu com uma cara de: “levei cano.”
Pois é, o funcionário do banco pediu que ele me informasse que eu deveria cancelar o cartão para a minha segurança, porque eles não poderiam fazer nada.



Entrei no carro e liguei para a central Visa pelo celular do coitado e cancelei o danado que foi comido pela vaca eletrônica. Fomos a outro caixa tentar com o Mastercard. Nada. E mais outro. Nada de novo.

Agora eu estou realmente fodido. Com pouco dinheiro, porque eu resolvi fazer as retiradas quando precisasse, para não ficar com dinheiro guardado na mala ou dentro daquelas bolsinhas lindas de viajante. O infeliz do cartão estava bloqueado para saque. Ou melhor, infeliz de mim.

O Mohamad tinha duas opções: ou confiava em mim e deixava que eu seguisse a viagem até conseguir o dinheiro, ou me levava para uma delegacia me acusando de estelionatário. Para a minha sorte ele optou pela primeira opção.

Ainda no aeroporto tentei outra vez e , enfim, me pus a contar o resto de dinheiro que me restava. Era pouco: 400,00 libras egípcias, 100,00 euros e U$ 250,00. E eu não fico tranqüilo com pouco dinheiro no bolso e, ainda, impossibilitado de fazer qualquer retirada. Fico amedrontado porque já passei aperto na minha primeira viagem à Europa.

Tentei relaxar nas duas horas de vôo sobre o deserto do Saara, mas não dei conta. E como era linda a paisagem.
Chegando no aeroporto tinha um guia contratado pela agência com um táxi super decorado com bancos e painél felpudos para me levar até o barco.
Mais uma vez, antes de entrar no taxi, tentei o caixa eletrônico e a resposta é a mesma das anteriores.

Cheguei no barco, deixei as minahs coisas e fui fazer o primeiro tour do pacote. Um passeio de veleiro pelas agues tranqüilas do Nilo. Ainda bem que plo menos as águas estavam tranqüilas…
Fazia um um fim de tarde lindo e estaria tudo perfeito se não fosse o drama do cartão e do guia egípcio que habla espñol com cara de mexicano que me arrumaram. Êta homem chato! Não fui com a cara dele logo no início.

Depois fiquei incessantemente tentando ligar para o número internacional do Credicard. Quando a gravação não me deixava esperando por seis a sete minutos até eu desligar, eu tentava falar, mas o telefone do barco estava com problema e o cara do outro lado não me ouvia. Pânico total.

Foram cinco tentativas até o rapaz da recepção me emprestar o seu celular de tanta dó que ficou de mim. Mas iria cobrar o preço do barco, que é um absurdo, mas eu não estava podendo fazer contas naquela hora. Queria resolver o meu problema.
Enfim consegui falar. Quando o atendente começa a explicar o porquê do bloqueio do cartão, a bateria do meu amigo da recepção acaba. Não era mesmo o meu dia de sorte.

Voltei agum tempo depois da bateria carregada e ligo novamente. Uma gravação explica que o horário de funcionamengto já tinha acabado. Deu vontade de sentar no chão e chorar, mas mantive a classe e continuei sereno só Deus sabe como.

Cheguei a ir até o outro barco vizinho para tentar fazer a ligação, mas não teve jeito mesmo. A solução, se ela existir, só amanhã, pensei comigo.

Fui até o deck do barco que tinha uma vista linda, olhei pro horizonte e para as águas do Nilo e disse baixinho: calma, que vai passar.

Jantei, descarreguei as fotos que eu havia feito no dia, tratei algumas de Marrakech e tentei dormir.

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