23/02/2009

NO MUSEU EGÍPCIO

O meu dia ontem não foi dos melhores. Acordei cedo, cansado e morto de sono depois de ficar até tarde tratando algumas fotos da viagem ao Atlas no Marrocos para postá-las no blog.

Às 9h o Mohamad taxista me esperava na recepção e fui conhecer o Museu Egípcio. Quanta história, mas haja saco! Fui porque a minha consciência me azucrinou. Nunca vi tanta coisa velha, empoeirada, tanta estátua de granito e mármore com nariz quebrado...kkkkkkk

Na entrada um guia que falava espanhol me perguntou se eu queria contratar os seus serviços por uma hora e meia, e era exatamente o tempo que eu tinha para fazer a visita antes de ir para o aeroporto. Quase contratei, mas pensei comigo: como pode uma pessoa querer contra uma história de 4.000 anos em uma hora e meia? Não rola nem aqui, nem na China.

Fui sozinho, grátis, e fui procurando o que me interessava ver pelo guia que eu tinha comprado no hotel: Tutankhamun, Rainha Nefertiti, Ramsses II, as múmias, enfim, as celebridades.

Não tem como achar que vai entender ou reconhecer 1% do que está exposto alí se você não estudou muito em casa ou na escola e, pelo que eu me lembro, a última vez que falei toquei nesse assunto foi na 6a série, há 29 anos atrás. Mas é coisa antiga a perder de vista. São milhares de peças distribuídas desordenadamente por 20.000m2.

Tem peças fascinantes como as máscaras em ouro, granito, mármore, as jóias encontradas da época que parecem que foram feitas na Tiffany’s de tão modernas e detalhadas; as tumbas, os sarcófagos. Parei. Chega de aula de história detalhada.
É muita informação e, como eu já escrevi várias vezes, tem hora que informação cansa.

Eu estava ali mas queria estar no cruzeiro pelo Rio Nilo, sem ter nada pra ver ou visitar.

Tem as salas das múmias que eu jurei pra mim que eu ecreveria aqui que tinha visitado. Mas não visitei. Tinha que pagar mais 20,00 PE para ver pedaço de pano sujo e eu achei desaforo, já que tinha pagado a entrada.

O Museu Egípcio foi construído em 1902 e parece que que não fizeram manutenção alguma desde então. Tudo empoeirado, com cara de sujo e desgastado.

Um prédio que faz jus à época que foi construído: no início do século passado. E parece que o governo egípcio se esqueceu dele até então e só quer saber dos 60,00 paunds egípcios ( equivalente a U$ 10,00 ) que cada um dos 3.000 visitantes diários – agora no inverno – pagam para entrar. No verão o público dobra.

Pensei que eu fosse encontrar algo como o Louvre, que conta a parte da história da humanidade num ambiente asséptico, climtizado com temperatura adequada e iluminação específica para cada tipo de obra.

Engano meu. Aqui no Cairo não é assim.

Eu assutei quando vi peças milenares ilumidadas com lâmpadas fluorescents; os “sem noção” dos estudantes árabes tocando em peças milenares; cestos de lixos plásticos do mais barato com sacolinha plástica virada na borda distribuídos pelos cantos e o descaso com as peças em geral.

Isso em um dos museus mais importantes do mundo que conta a históriia da humanidade?
Dá pra acreditar?

E o pior de tudo que é tudo muito desorganizado, com ficha de especificação de peça escrita a mão em folha de caderno pautado; muito mal sinalizado; não tem um guia com mapa dos dois andares, cada um de 10.000m2; das cem salas onde são guardadas as peças menores como as de joalheria e adornos dos riquíssimos faraós, seu súditos e outros não tão importantes ricos. Porque só parecia existir gente muito, muito rica, pois nunca vi tanto ouro.

Vi várias esculturas e granito e madeira, pinturas e desenhos da minha Rainha Nefertiti e fiquei emocionado. Eu me apaixonei por ela na 6a série, quando a minha professora de história, Paula, uma mulher super bacana de cabelos curtíssimos, isso em 1980, contou na sua aula a história da rainha egípcia.

Eu me lembro como se fosse hoje da figura daquela rainha com nuances de deusa de perfil, pescoço longuíssimo, semblante tranqüilo, com adornos na cabeça e pescoço, que parecia saber que ela seria uma importante referência estética e de poder para as dezenas de milhares de anos seguintes. Vai ter cara de poderosa assim lá longe.

Ela passou a ser, a partir desse dia, a minha referência estética de beleza feminina. Sempre quando eu vejo alguma mulher de pescoço longo e nariz bacana eu a comparo com Nerfetiti.

Às 11:30h o Mohamad, mais uma vez, me esperava do lado de fora para me levar até o hotel, quando eu pegaria o vôo com destino a Answan, onde pegaria o cruzeiro até Luxor , na subida do Rio Nilo.

E aí já é outra história.

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