19/02/2009

SINFONIA DE BUZINAS E DROMEDÁRIOS

Hoje meu dia começou como sempre, sem explicação.

Acordei às 10:30h, mas só consegui me organizar pra sair às 3:30h da tarde e fui pedir informação na recepção do hotel que me hospedei (pyramisaegipt.com), um 5* com preço de 3* com serviços e atendimento de 2*, sobre o tal ônibus turístico que eu tanto amo e aqui não tem. Cacete! Eu estou sem guia, porque nenhum momento passou pela minha cabeça vir para o Cairo. E agora, José? Tô fodido.

A recepcionista me direcionou ao concièrge que me apresentou o Mohamad, um homem de alah que vive do turismo como muitos outros Mohameds daqui. E ainda fala um pouco de espanhol...

O mundo árabe é muito diferente. O povo anda entre os carros nas grandes avenidas como se entivesse andando na sala da sua casa.
É um absurdo o trânsito e nem precisa ligar o rádio, porque as buzinhas já são um ruído constante e nunca ouvi coisa parecida. O povo buzina o tempo todo, por qualquer coisa ou por coisa nehuma. É uma sinfonia de deixar qualquer surdo maluco.

Fui visitar as pirâmides de Cheops, Sphinx e Chephren ( em inglês, porque não me lembro do nome em português e não tô a fim de procurar no google ). Um saco!

O passeio não é um passeio normal, convencional, que você para a entrada e segue a pé até as 3 maravilhas do mundo. Tive que pegar o raio do camelo de novo.
O pacote dá direito à entrada e a fazer o trajeto de camelo ou cavalo.
Mas eu quero ir à pé, eu disse. O "guia"falou: só de camelo ou cavalo. Cacete! De dromedário então, porque o coitado só tem uma concova.

E lá fui eu sacudindo, machucando ainda mais a minha virilha já dolorida pelo passeio ao Atlas no Marrocos.

Faz foto daqui, foto dalí e todas tremidas porque a praga não parava de balançar e o tempo estava curto pra ver tudo. Pedi ao guia mirim que me companhava e guiava o dromedário pra parar o bicho e tentava, em cima dele, fazer alguma foto que prestasse. Girava daqui, contorcia dalí e o meu saco foi enchendo até chegar o policial e pedir pra sair porque o horário de visita tinha terminado. Eram 4:15h e o horário era até às 4h.

FO - DA - SE. Me deixaram entrar, agora vou fotografar o que me der na telha; eu não saí do Brasil pra vir pra esse lugar imundo - porque é lixo puro ao redor das pirâmides - e ser mandado embora antes de eu fazer as minhas tão sonhadas fotos.

Enfim... Não teve jeito. Seguimos em direção à saída, mas sempre parando para fazer as fotos e o guarda apitando, gesticulando e gritando palavras em árabe, que coisa boa não era.
A minha sensação é que eles estão xingando o tempo todo. A língua é, realmente, incompreensível; nenhum fonema me soa familiar.

VÁ A PQP... GRITEI. Ele não iria entender mesmo.

Poesia? História? Tumba de faraó? Naquele lugar imundo com cavalo morto no caminho sendo comido por urubus? Quero não! E a farofada e a sujeira que é a entrada de uma das sete maravilhas do mundo?

Fiquei decepcionado.

Saí puto e fui de volta sacudindo no camelo até o tour reclamar da visita.
Paguei o passeio e o cara perguntou se eu estava satisfeito, e eu disso: NÃO!
Porque eu tinha perguntado pra ele se eu teria tempo de sobra pra fazer as minhas fotos, senão eu voltaria amanhã com calma. Ele disse que tinha tempo de sobra. Sobra o cacete!
Eu reclamava e falava na mesma frase palavras em inglês, espanhol e português, de tão nervoso que eu fiquei. Talvez algumas até em árabe, porque nem eu entendia.

Ele viu a minha indignação e me propôs me devolver o dinheiro, já que eu não tinha ficado satisfeito. Eu propus voltar amanhã e ver tudo com calma.
Agradeci e disse que isso era o certo a ser feito. Ele me ofereceu um chá preto egípcio, me tranqüilizei e fui tomar uma aula com a Sarah, uma muçulmana que fala muito bem espanhol, sobre como é feito o papiro egípcio, comprei um papiro com o meu nome escrito com símbolos utilizados nos tempos dos faraós e algumas bugingangas numa loja para turistas.

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Definitivamente, no soy lo mismo!