POEMA NEVADO

O nome já parece título de poema: SIERRA NEVADA.

De ônibus, às 10h da manhã, começo a subir a serra. Paisagens lindas, brancas – como as noites do poema Confissão do Itabirano, do meu venerado Carlos Drummond de Andrade.

Desço e toco na neve pela primeira vez com as mãos.

Aí começo a perceber o entorno. A vista de Granada lá de cima é inexplicável.
Parece que estava tento uma convenção de “ricos e maravilhosos” alí em cima, porque… PQP… NUNCA VI TANTA GENTE LINDA JUNTA!!!!!!

Só que o pé começou a congelar. A bota preta de couro que eu tinha comprado em Barcelona não deu conta do recado. Tive que comprar uma especial para a neve, com forração interna de pele de carneiro sitética e tudo mais.

Nunca vi tanta cor junta. E só eu, da estação de esqui inteira, vestido de negro total; até na cueca.

A neve se transforma em um grande rebatedor de 360 graus. Nunca vi tanta gente linda ficar maravilhosa nas minhas fotos….kkkkkkkkkkk.
A luz fica incrível, as cores extrapolam a sua temperatura normal e a texturas das peles, lábios ressecados…

E o figurino é um detalhe à parte e só as imagens podem explicar.

Várias pessoas me perguntavam se eu era de alguma resvista ou se era um hobby meu.
O único monocromático da estação tinha que chamar a atenção de alguma forma.
Respondia que estava fazendo um blog de viagem e as fotos seriam postadas lá.

Cheguei a distribiur uns 10 cartões da ZOR com o meu email para as pessoas interessadas. Dá pra acreditar?

Eu fotografafa como se fosse o último dia da minha vida, de tão feliz. E fazia tudo sorrindo e sem acreditar no que estava acontecendo.

Lá pelas 3h da tarde dei um tempo para comer e voltei à labuta até às 4h, quando o ônibus desceu a serra em direção à Granada.

No final, 5hs de deleite total e 1.300 fotos, no prego. E eu, mais um dia feliz cheio de momentos inesquecíveis. E com gente MARA!

Uma vez me disseram que um momento feliz é quando você se sente criança. E a vida tem me dado muito desses momentos nesta viagem.

Ainda bem que a vida tem dessas coisas.